Amigos, amigas, foi mais uma partida divertida do Fluminense. Ao contrário de tempos recentes, assistir a uma exibição do Fluminense é sempre agradável. Alguns momentos de brilho de Paulo Henrique Ganso fizeram acentuar-se essa agradável sensação.
Não se poderia esperar de Ganso muito mais do que apresentou. O propósito de sua presença em campo, assim como a de Gilberto, era ganhar ritmo de jogo. Ganso esteve até um pouco acima da expectativa no primeiro tempo e, no segundo, bem abaixo.
Já Gilberto, conseguiu ligar um contragolpe do Bangu, com um erro que deveria ser proibido, de tão bizarro. Nem por isso pode ser crucificado. O importante é que ganhe ritmo de jogo e nos possibilite ter uma visão mais acabada do que será o Fluminense ao longo da temporada.
Por mais que tenhamos tido a posse de bola e asfixiássemos o Bangu quase o tempo todo, nenhum de nossos gols saiu de jogadas de bola trabalhada. No gol de Digão, Yony ganhou na cabeça e o zagueiro apareceu livre para marcar um golaço. No gol de Caio Henrique, o próprio desarmou o marcador na intermediária, bateu firme e a bola desviou num pé no meio do caminho, quase quebrando a espinha do goleiro.
O Fluminense conseguiu criar pouco. No primeiro tempo, tivemos aquela metida espetacular do Daniel para o Yony, que a bola ainda raspou o pé da trave. Tivemos o passe espetacular do Ganso para o Daniel, que conseguiu o cruzamento, mas o goleiro conseguiu interceptar. Foi só. No segundo tempo, além do gol e do banho tático, o Fluminense só criou um grande lance, que terminou em cruzamento de Everaldo e cabeçada perigosa de Matheus Ferraz.
O Bangu teve muito mérito nisso. Não abandonou sua proposta de jogo nem quando já em desvantagem no placar. Dificultou muito a troca de passes e a evolução do Fluminense a partir de sua intermediária defensiva. E é bom que a torcida vá se acostumando a ter paciência, porque vai ser assim o tempo todo. Na medida em que a equipe vai se qualificando, os adversários vão atuar cada vez mais encolhidos, numa proposta reativa de jogo. Então, vai ser paciência, troca de passes e muita movimentação para criar de três a meia dúzia de lances críticos por jogo.
É bem verdade que há uma solução aparente para quebrar as 1.200 linhas de defesa dos adversários. Não será na terça-feira que poderemos presenciá-la, mas já fica a ideia para o próximo jogo pela Taça Rio, que é atacar no 3-4-3. Isso implicaria escalar Luciano, Everaldo e Yony na linha ofensiva e trazer Ganso para atuar mais na fase de construção das jogadas ao lado de Daniel. Se tivermos esses dois jogadores atuando próximos, por trás da linha ofensiva, teremos muita movimentação na frente e muitas jogadas pelos flancos, principalmente com o retorno de Mascarenhas e a evolução de Gilberto.
Nesse caso, Diniz terá que barrar Bruno Silva ou mantê-lo no lugar de Daniel. São decisões muito difíceis, mas se nós olharmos o nosso elenco, ele pede para atuarmos com três atacantes. Só que esses atacantes precisam ser municiados. Acho que com Ganso e Daniel teremos muita qualidade na posse de bola e na criação de jogadas ofensivas. Outra briga bonita será de Airton com Caio Henrique, cuja performance não me surpreende. Não foi ontem que ele teve uma grande atuação. Chamou atenção por causa do gol e pelo fato de ter atuado por 90 minutos, mas jogou bem todas as vezes que entrou. É jogador bom de bola, moderno, que joga com a bola no chão, mas sabe marcar e desarmar. Foi muito bem fazendo o trabalho de Airton.
Gostei, também, da estreia do Allan. Chegou chegando, com desenvoltura, mostrando qualidade e cheio de vontade. Agora, temos que dizer que 90% de tudo que está acontecendo é o Diniz, mas é preciso reconhecer, também, o trabalho do Angioni e do departamento de futebol nas contratações. O momento, agora, é de o Fluminense dar um cavalo de pau na situação financeira, porque a grande ameaça à conquista do pentacampeonato brasileiro é externa às quatro linhas. Esse caso da paralisação dos jogadores é muito delicado, porque deixa sequelas. O clube precisa encontrar uma solução financeira para eliminar as penhoras de nossa rotina de uma vez por todas. Isso implica, necessariamente, encontrar uma solução para equacionar o passivo de curto prazo.
Uma solução para a situação financeira, para desobstruir o fluxo de caixa, é essencial para que alcancemos nossos objetivos, por duas razões:
– obrigações em dia com os atletas evita problemas internos;
– fluxo de caixa desobstruído desobriga o clube de ter que vender atletas importantes para as conquistas que estão a caminho.
No mais, eu imagino que o Fluminense já tenha chamado o Diniz para assinar um contrato de 20 anos, que inclua a disseminação do modelo de jogo e metodologia de treinamento para toda a formação do clube. Esse será, sem dúvida, o grande passo para o Fluminense voltar a conquistar títulos e adquirir poder econômico, porque teremos um produto sedutor.
Que essa agradável sensação se perpetue pela eternidade, porque o Prêmio Nobel do Esporte merece.
Saudações Tricolores!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
#credibilidade
…Olá Marcelo!
Acho que o Fluminense ainda não contratou o melhor craque do mundo, e que pode contratar: o nome dele é PAGAMENTO EM DIA!!!! Quando isso acontecer, poderemos brigar sim por alguns titulos…
Bom dia, Marcelo!
Eu ainda acho que, pra um time que tem 70% de posse de bola, o Fluminense é pouco incisivo, cria pouco lances de gol, além de concluir muito mal quando cria (vide o jogo do asco).
Sei que é só o início da temporada, mas gostaria de ver lances ensaiados de bola parada, mais chutes perigosos de fora da área.
De qualquer forma, se equacionar essas pendengas financeiras, 2019 promete!
ST!!
Em relação ao trabalho do Diniz, amigo, apesar do inquestionável sucesso entre a maioria dos torcedores, noto, dentro de um grupo não tão pequeno de tricolores uma certa reação ao modelo de jogo adotado.
Por enquanto, estão tímidos, já que a reação tem sido positiva até pela parcela da imprensa esportiva que costumava nos esculhambar, mas acho que farão muito barulho nas derrotas inesperadas, principalmente se levarmos algum gol num erro na saída de bola perto da área.
Aqueles que se…