Há algo no ser humano que o faz sensível e solidário nos momentos de maior comoção. Pena ser algo momentâneo e construído, geralmente, em cima de tragédias.
Abel merece todo o carinho e apoio por parte daqueles que vivem o futebol. Está sendo um gigante. Absorveu o sofrimento e, demonstrando todo seu amor ao Fluminense, permaneceu junto ao time, que passa um momento complicado. Recebeu uma linda e merecida homenagem de todos os presentes no estádio, inclusive da torcida adversária, que gritou seu nome das arquibancadas. Aqueles raros instantes que dignificam a Humanidade.
Neste momento difícil, Abel precisa de toda esta manifestação de apoio, principalmente por parte do Fluminense. Mas também é inegável que o Fluminense precisa muito de Abel. O time vive uma grande instabilidade e ainda não conseguiu conquistar um padrão de jogo. Boa parte do que temos conseguido com muito sacrifício, só é possível graças a união do time. E o time se encontra, neste momento, unido em torno de Abel.
Esta união teve um grande efeito no jogo contra o Sport, realizado na Ilha do Retiro. De certa forma, ajudou bastante a garantir o empate. O time iniciou a partida de forma avassaladora e aos 12 minutos vencia o jogo por 2 gols. O primeiro, em um lindo chute de Gustavo Scarpa de fora da área. Depois Renato Chaves marcou de cabeça, após escanteio batido por Marlon. Mas o efeito não foi duradouro. O time recuou e o Sport começou a atacar de maneira incessante. Levar o gol passou a ser questão de tempo. E não deu outra. André marcou de cabeça de maneira relativamente fácil. Ainda assim o Fluminense foi para o intervalo com a vantagem no placar.
Esperava-se um Fluminense diferente no início do segundo tempo, mas o time ainda carece de maior combatividade e atenção. Logo no início do segundo tempo, o jogador Patrick passeia com a bola na cara de nossos defensores, alcança a área e chuta sem defesa para Júlio César.
Para tornar o jogo mais dramático, Orejuela é expulso logo em seguida, no meu entendimento, de maneira injusta. Não é novidade, mas cabe aqui, mais uma vez, uma crítica à arbitragem do Campeonato Brasileiro. Falta competência e profissionalismo. Não há critério por arte dos árbitros nas suas decisões. Contra o Fluminense, na dúvida, agem com mais rigor. Se for a nosso favor, são menos rígidos e beneficiam o adversário.
Com a vantagem numérica, o Sport passou a pressionar. Para a nossa sorte, esta pressão não surtiu efeito. O Leão da Ilha acabou diminuindo o ritmo no final e o Fluminense até ensaiou uma reação. Porém, pecou muito na conclusão das jogadas. Com um misto de alívio e frustração para a torcida tricolor, o jogo terminou empatado.
Gostei da entrada do Marlon, jogou ofensivamente e sabe cruzar. Gustavo Scarpa está melhorando. Orejuela (apesar de não ser culpado da expulsão) e Wendell estão deixando a desejar. Welington Silva voltou bem, mas preocupa por causa da contusão. Richarlison, quem diria, vai fazer falta. Que Sornoza volte logo.
Na coletiva, Abel dá uma grande lição: “Precisava me levantar. Perdi para a morte, não vou perder para a vida. Não vou me enfiar em casa, não sou um perdedor”.
É preciso superar as adversidades e recomeçar. Da mesma forma, o Fluminense precisa deste recomeço, voltar a jogar o futebol próximo do que apresentou no início do ano e voltar a conseguir as vitórias, que andam tão escassas.
Para frente é que se anda. No próximo sábado, conclamo a todos os tricolores que puderem a estar no Maracanã para abraçar nosso técnico neste momento ainda difícil. O Fluminense e Abel precisa de nós.
E fico sabendo que nosso próximo adversário na Sulamericana é a LDU… mas isto é outra história…
Panorama Tricolor
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Imagem: bit