Abel Braga foi apresentado como o novo treinador do Fluminense com um contrato de trabalho de dois anos. Em sua coletiva já disse a que veio: dar alma ao time.
Abelão é o melhor treinador do futebol brasileiro? Não. E atualmente talvez nem se qualifique entre a turma do primeiro escalão, uma vez que estava há um ano fora de atividade. Porém, é um profissional experiente e vitorioso e é tudo de que o Fluminense precisa agora: alguém que inicie os trabalhos de pré-temporada, forme a equipe à sua feição e tenha paz para trabalhar. Além disso, talvez seja o único, neste momento de baixíssimo astral, a dar nova vida a um grupo mergulhado na melancolia.
É claro que Abel não fará milagres. O presidente Abad precisará trabalhar para dar o mínimo de competitividade ao Fluminense em 2017, com contratações certeiras e a renovação de grande parte desse elenco que aí está. Mas Abelão gosta desses desafios e, sobretudo, ama o Fluminense.
Somente um cara com a sua identidade e paixão poderia ter dito: “Sou apaixonado pelo Fluminense”. Um sujeito que há alguns anos, quando torcedores do Ceará arrancaram uma faixa tricolor durante um treinamento da equipe em Fortaleza, disse que sua vontade era a de pular o alambrado e sair no tapa com os furtadores. Isto mostra o acerto da contratação, o resto vem com trabalho, zelo e inteligência na contratação de reforços.
Abel Braga não é um Cuca ou um Tite. Longe disso. Mas tem algo que ambos não têm: alma tricolor. E precisamos de alma, como ele bem disse, precisamos ressuscitar moribundos.
Talvez até um ou outro desse bando que terminou o Brasileiro, sob a batuta de Abelão, possa mostrar alguma qualidade despercebida, algo que não é raro no futebol. Jogadores, por vezes, se adaptam a um estilo e não a outro. Pode acontecer.
Portanto, se Abelão não é o melhor, é o melhor para um Fluminense que precisa sair do atoleiro. Nisto ele é muito bom. Precisará ser também nos resultados, o que para um profissional que deu ao Flu dois cariocas e um brasileiro, não será missão tão difícil.
Como disse, contudo, precisará de apoio da nova Administração Tricolor. E é aí que entra Abad, preferido dos sócios votantes, legitimamente eleito, mas que ainda tem a desconfiança de grande parte da torcida Tricolor que o vê como a continuidade daquilo que não deu certo na gestão que se encerra.
Assim, a tolerância do torcedor será mais breve. Ninguém mais quer ter um Fluminense como o dos últimos quatro anos.
Abad terá a difícil missão de ser um Peter Siemsen que se preocupe com o futebol e, ao que parece, Abel Braga foi o primeiro passo dado nesse sentido.
Sejamos todos Abelão e, sobretudo, sejamos todos Fluminense novamente. Ele merece o crédito da torcida tricolor. Ah, e Abad também.
Panorama Tricolor
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