A retrospectiva (por Ernesto Xavier)

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Hoje, domingo, é o dia em que os jornais publicam resumos da semana anterior, com retrospectivas comentadas das notícias mais importantes. Esta semana que foi de 21 a 27 de março de 2015 ficará marcada por eventos de grande repercussão. Ávidos por algo que possa fazer o seu jornal vender, os esforços foram diminuídos essa semana, já que os fatos, por si só, já eram vendáveis.

Os três principais hits da semana:

Acontecimento n°1:

Queda de avião no Alpes franceses. O Airbus 320 da Germanwings caiu por volta de 7h (horário de Brasília), da última terça-feira (24), vitimando 150 pessoas entre passageiros e tripulantes. O mais espantoso veio à tona no dia seguinte, com o anúncio de que o copiloto teria causado o acidente propositalmente. As especulações das motivações do copiloto alemão Andreas Lubitz vão desde depressão à possível perda de visão. O mundo ficou em polvorosa. A CNN dedicou 24 horas da sua programação para falar do assunto. Teorias da conspiração surgiram. A ex-noiva de Lubitz foi bombardeada com entrevistas. O circo completo do jornalismo foi armado.

Acontecimento n°2

O Governo Federal anunciou o PIB de 2014 na última sexta-feira (27). Com crescimento de apenas 0,1%, o Brasil se postou com o 3° pior crescimento do G-20. A oposição caiu de porrada. Aécio tentou se manter em evidência. A moeda americana se manteve em ascensão. Analistas preveem que apenas em 2016 a economia brasileira irá se recuperar. Até lá, no mínimo, teremos brigas de foice entre situação e oposição, cada um vendendo seu peixe.

Acontecimento n°3

O Fluminense demitiu o técnico Cristóvão Borges e para seu lugar contratou Ricardo Drubscky, ex-técnico do Vitória da Bahia. Demissão concretizada na segunda, especulação sobre o nome do novo treinador ao longo do dia e confirmação por parte da diretoria tricolor na terça-feira.
A imprensa ama uma troca de técnicos no Fluminense. “Especialistas” falaram bem e mal (na maioria) sobre Drubscky. Cravaram que foi um erro da diretoria. Fizeram um raio-X da carreira do sujeito, investigaram sua vida inteira e no dia seguinte estavam aplaudindo a estreia com o resultado de 3 a 0 sobre a Cabofriense. Esquizofrenia pura. O Brasil enfrentou a França no fatídico estádio Saint Dennis, da final de 98, no mesmo dia e só se falou no Fluminense.

Nem oito, nem 80. O que será do Fluminense sob o comando de Drubscky (estou tentando me acostumar com a grafia) nada tenho a dizer. Não acompanhei seu trabalho em outros clubes, o primeiro jogo, com apenas um dia de treinamentos não diz muito sobre o futuro e não sou adivinhador. É uma aposta. Nem sempre será o ideal em um clube como o Fluminense, mas devido à situação financeira atual, viver dentro da realidade se mostra o melhor caminho.

Uma coisa é certa: na imprensa brasileira a troca de comando no Tricolor, desastres aéreos e anúncios importantes da economia são colocados em patamares bem parecidos, de acordo com cada editoria. Claro que para nós tricolores esta mudança reflete de forma ainda mais forte, mas temos que pensar em quanto a imprensa nos influencia, quanto ela pode nos colocar uns contra os outros e o quanto ela deturpa sobre os fatos. Já fomos campeões com Parreira, Muricy, Abel e também já pedimos a cabeça dos mesmos. Um dia no céu e outro no inferno.

A história está sendo escrita. Resta a nós continuarmos a interpretar e refletir sobre cada linha lida.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @nestoxavier

Imagem: pra

#SejasóciodoFlu

1 Comments

  1. ●Acontecimento n°3
    Sempre tive certa inveja de outros clubes pelas suas evidências na imprensa, o Fluminense poderia fazer chover, pouco falavam, vieram Unimed, craques, títulos, tribunais, Vitton, só se fala em Fluminense, seja negativo ou positivamente, mas sempre somos lembrados, a imprensa cobria até eleição na cooperativa de médicos, sinceramente, estou adorando, óbvio que prefiro títulos, vitórias, mas essa exposição me fascina.
    Bom domingo e para os que irão a Macae, boa viagem.
    S…

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