Quando o auxiliar-técnico Marcão foi confirmado como o novo treinador do Fluminense, eu disse aqui mesmo, no Panorama, que havia sido uma escolha temerária.
Evitar o naufrágio de uma nau gigantesca como o Fluminense, pelo mar tempestuoso da zona do rebaixamento, seria tarefa para um treinador mais experimentado. Não mudei o pensamento, embora seja inegável que, sob o comando de Marcão, ainda não sofremos o gosto amargo da derrota.
Talvez seja seu sorriso, seu jeito simples, sua humildade em contraposição às ideias utópicas de Diniz e à arrogância de Oswaldinho. Talvez seja Muriel, um paredão que, reiteradamente, vem se destacando com defesas salvadoras.
O Fluminense, nem de longe, é um time que se possa considerar arrumado dentro de campo, mas vendo fazendo o que não fazia e evitando o que sofria aos borbotões: gols.
Essa estranha alquimia, no entanto, vem dando resultados e, embora ainda seja grave o quadro, o paciente vem se estabilizando a pouco e pouco, deixando para trás a zona do rebaixamento.
Marcão só não pode contar com a sorte ou com Muriel, sempre. Vai que dá uma dor de barriga no goleirão! É preciso manter um equilíbrio dentro de campo, fazendo o que tem feito de melhor, que é atacar e fazer gols e evitando o recuo excessivo e desnecessário, seja quando joga fora de casa, seja quando tem vantagem no marcador.
O Fluminense não pode se dar ao luxo de retornar àquelas séries desastrosas de derrotas. O grupo parece unido, Marcão estampa seu sorriso, mas é necessário algo mais, o que nosso treinador, infelizmente, não tem: experiência na função.
Sua prova de fogo ocorrerá quando tiver de reverter uma situação adversa. Tomara que não ocorra, tomara que a magia continue agindo sobre Marcão e seus comandados até ao fim da competição, e que ele não vire abóbora antes da meia-noite.
Mas uma coisa é certa: o Fluminense jamais teve um elenco que pudesse ser candidato ao rebaixamento. A prova está aí, Marcão, com muito pouco, com encanto ou sem encanto, tem feito esse time vencer. Por isso o futebol é simples, ou deveria ser.
Perdendo ou ganhando…guerrear sempre !!!…não se deixar intimidar e agredir…jamais jogar acovardado como fizemos diante do Cruzeiro….que esta seja a determinação do Marcão ( estilo Diniz ) que infelizmente a arrogância do Celso Barros não deixou o mesmo continuar no clube. ST.