Na vida, as coisas devem ter ordem. Por exemplo: você entra no banheiro, tira as calças e a cueca (ou calcinha -sei lá…), se senta no vaso, produz a budega, se limpa (papel ou a famosa duchinha, ou ambos), se veste e lava as mãos (se não for porco!). Essa é a ordem natural das coisas. Agora, experimente inverter a ordem de qualquer uma dessas ações. Mentalmente, por favor. O Panorama não quer que você encha as calças.

Pois é. Pra tudo na vida existe uma ordem. Até para o julgamento no STJD. Mas peraí…

Por que o caso da Portuguesa foi julgado antes do caso do Flamengo em ambos tribunais?

Ordem alfabética? Não.

Ordem alfabética dos jogadores punidos? Não.

Ordem alfabética do nome dos adversários das partidas?(exercício de imaginação meu) Também não.

Ordem cronológica? Tampouco.

Então, por quê?

Desconheço qualquer razão plausível.

Só posso pensar que seja para que nem por um segundo fique evidente que o time a cair seria o queridinho da mídia. Mas, caso eu esteja enganado, por favor, me iluminem.

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Passados exatos vinte dias da rodada final do campeonato, não vi até hoje em lugar algum entrevista de André Santos ou Jaime sobre a escalação do jogador. Assunto bombástico, desses que realmente venderiam jornal às toneladas. Posto de lado. Nenhum jornalista se aventurou a meter a mão nesta cumbuca. Ou, se meteu, perdoem a minha ignorância, pois não vi e não tenho noção de onde foi parar. E se escreveu sobre isso, foi certamente algo tão desinteressante que não pautou o resto da imprensa.

Eis a única boa consequência dos fatos ocorridos neste final de campeonato. Cai por terra a máscara de independência da grande imprensa esportiva. Devido à gravidade do momento, não podiam ser mantidas as aparências. E elas não foram mantidas. Deliberadamente soterraram a incrível incompetência (prepotência?) do Flamengo, focando apenas na história coincidente da Portuguesa de Desportos. Muito mais gente viu o que os teóricos da conspiração já viam. O que não interessa, tem de sumir, ser abafado.

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“Sei as tuas obras, que não és nem frio, nem quente: oxalá que tu fôras ou frio ou quente. Mas porque tu és morno, e nem és frio, nem quente, começar-te-ei a vomitar da minha boca.” Apocalipse de São João.

Trocando em miúdos: pior que o inimigo declarado, pior que um Renato Maurício Prado, escancaradamente rassafla, é o omisso, o bonzinho, aquele que morde e assopra, por falta de coragem de colocar o pau (madeira, tacape) na mesa ou por interesses outros, que podem ser o da emissora ou apenas o dos amiguinhos. Este tipo de cidadão publica nas redes sociais coisas que, lidas pelos seguidores, geram milhares de curtidas e comentários elogiosos embebidos de admiração. Ao reler tais posts, você vê que ali não tem conteúdo algum. É a forma destes doutores de abordarem assuntos como o citado acima sem emitir qualquer opinião, sem colocar o dedo na ferida.

E isso nada tem a ver com o sujeito ser torcedor de um time. Ari Barroso, João Saldanha, Nelson Rodrigues, Mario Filho, Sandro Moreira. Todos esses eram torcedores furiosos de seus times e não precisaram vender suas almas ou se omitirem de nenhum assunto por causa de suas paixões. Tinham, antes de tudo, compromisso com o que acreditavam ser a verdade. E eram, pela tecnologia da época, detentores da opinião pública. Eram estes que falavam com as massas, pela imprensa falada e escrita, e, posteriormente, pela TV. Hoje, graças à web, não mais. O que os grandes veículos afirmam erradamente, por engano, é desmentido quase que imediatamente por pessoas como eu ou você, por meio de textos, fotos ou vídeos.

É essa a verdadeira revolução que estamos praticando, dia a dia. O povo pode até beber o que os poderosos oferecem, mas há sempre uma alternativa.

Abraços.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @zehau