Recentes reportagens na mídia local tiveram como tema o impressionante abismo existente entre a Libertadores da América e a Liga dos Campeões da Europa, teoricamente torneios equivalentes em importância, uma vez que revelam campeões continentais de dois centros tradicionais de futebol.
As diferenças são vergonhosamente gritantes em todos os aspectos que compreendem a organização de uma competição e vão desde os valores das premiações recebidas pelas agremiações até segurança nos estádios, qualidade dos gramados, cuidados médicos, entre outros. Em cada item se notam o amadorismo e a mediocridade de uma instituição como a Conmebol em oposição aos padrões de excelência exigidos pela Liga dos Campeões da Europa.
As consequências dessa enorme disparidade saltam facilmente aos olhos, é só assistir aos jogos e fazer a comparação.
Se a curto ou médio prazo parece não haver esperança de melhora no aspecto estrutural, talvez já fosse possível uma tentativa de evolução pelos menos no lado comportamental de uma competição da importância de uma Libertadores.
A Conmebol perdeu ótima oportunidade de começar a desenvolver um trabalho de moralização ao suspender a punição imposta ao Corinthians por conta da morte do garoto boliviano naquele incidente com fogos lançados por sua torcida. Mas parece que o clube paulista tem atuação tão boa – ou melhor – no “tapetão” do que nos gramados.
Fica uma sensação de impunidade, tanto dentro quanto fora de campo. Isso é notado no comportamento não só da torcida como no dos jogadores e arbitragem. As transmissões de TV, hoje em nível muito mais detalhado que algumas décadas atrás, atenua o fato, mas não o extingue.
Ontem o Palmeiras foi eliminado pelo Tijuana em jogo cheio de erros de arbitragem, o que tem sido muito frequente até aqui na competição. O Flu mesmo sofreu no último jogo com a tolerância do juiz face a violência do adversário, sem falar em 2 ou 3 lances de pênalti que poderiam ter sido marcados a nosso favor. Isso para não mencionar aquele penaltizinho safado marcado contra nós no jogo de ida. E fica tudo por isso mesmo.
O Fluminense já está tendo muitas dificuldades nesta temporada para chegar a um time ideal; não precisamos ter nosso caminho ainda mais conturbado por fatores extracampo. Talvez seja hora de o atual campeão brasileiro se impor um pouco mais também fora das quatro linhas.
Gustavo Reguffe
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Imagem: globoesporte.com
Prezado Marcos Vinicius Caldeira,
Já foi o tempo em que só tínhamos matéria-prima.
Hoje em dia, só nos restou o “nada mais”.
ST
Gustavo, infelizmente somos subdesenvolvidos também no futebol! Só temos matéria-prima, e nada mais!