A decisão, o desrespeito e o caos (por Paulo-Roberto Andel)

O Fluminense é favorito no clássico de logo mais, ao menos até os times entrarem em campo. Tem um time melhor, faz uma temporada melhor e começou o ano justamente com uma vitória de autoridade sobre o rival. Mas… futebol não tem memória técnica e, por isso, tudo se iguala nos clássicos, o que exige atenção e seriedade redobradas. Por exemplo, pensemos na grande vitória de quarta-feira. O primeiro tempo foi decepcionante; o segundo, fantástico. Então, o favoritismo só vale se for ratificando dentro de campo, com uma boa atuação.

A vantagem do empate para o Fluminense pesa, claro, desde que seja bem administrada. E aqui vale uma velha máxima: a melhor defesa é o ataque. Quanto mais tempo estiver em busca do ataque e da vitória, com a bola no campo adversário, mais o Flu valoriza o bônus que garantiu pela pontuação, neste Carioca de regulamento (novamente) exótico.

Contudo, que ninguém nas Laranjeiras espere facilidade a priori. O Vasco tem sido o nosso adversário mais duro em clássicos nos últimos 25 anos, independentemente de suas formações ou fases. No mais, esperamos não ter que lutar contra mais uma arbitragem destemperada, o que parece ser quase um padrão no combalido futebol brasileiro.

Nosso time é jovem e, por isso, às vezes tropeça na ansiedade. Por outro lado, sobram garra e velocidade. Aos poucos a coisa se ajeita. Queremos a classificação à final do campeonato estadual; no entanto, caso ela eventualmente não venha, que o céu não vire inferno por causa de agiotagem política, pois.

No saldo atual, sou mais o Flu, com respeito, humildade e sem pavonice. Vamos torcer juntos. Confio na vitória logo mais. E que seja um jogo de paz, sem a vitória do crime sobre os torcedores dos dois times.

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Na mesma semana da decisão de vaga à final do Carioca, surge a história do cancelamento da licitação do Maracanã, bem como ressurge a discussão sobre o lado direito da arquibancada, esta última devidamente calcinada.

Curiosamente, os dois casos estão amparados num mesmo pilar: o do desrespeito a contratos estabelecidos e assinados. A velha história da “ética e moral (desde que me favoreçam)”. Claro, tudo isso no país onde volta e meia algum cidadão “respeitável” enche a boca para falar de combate à corrupção enquanto tem contas na Suíça. Vivemos a era da hipocrisia. Só falta colocarem um pato de borracha pintado de vermelho e preto na Atlântica.

Depois de 35 anos acompanhando eleições e processos políticos diversos, como eleitor e contribuinte o que mais me surpreende é que este governo ainda não esteja como o resto do Estado: na lona. É quase inacreditável.

Se o Fluminense vier a ser prejudicado por mais uma tramoia por baixo dos panos sobre o Maracanã, que aja com todo o rigor nos limites da lei para que faça valer seus direitos constituídos. Para isso, tem uma equipe da melhor qualidade, acostumada a grandes vitórias sem fanfarronice.

Todavia, o castelo de cartas marcadas que se avizinha já está sendo devidamente denunciado pela nossa torcida nas redes sociais.

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Saudades de um Rio de Janeiro onde, mesmo com defeitos, ainda se podia respirar em relativa paz caminhando nas ruas ou esperando um simples ônibus no ponto.

A cada dia, nos deparamos com a barbárie nas páginas dos jornais (manchetes encomendadas à parte).

Há quem lucre com isso, daí o caos.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: andel/xula

1 Comments

  1. Pois é, se a licitação estava com vícios, a prejudicada foi a empresa que ficou em segundo lugar….. Lagardere……logo, a primeira deveria ser desclassificada e a segunda alçada a condição de ganhadora da concorrência.

    ST

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