O amigo Leo bem lembrou em sua coluna: já era hora do Fluminense voltar às vistas e corações de seus admiráveis maníacos, que enfrentaram apequena chuva na estreia em São Januário contra o time do Nova Iguaçu. Começo do campeonato carioca, uma disputa também importante, o começo de mais um ano que esperamos ver tingido de tricolor. Voltamos a cantar.
São Januário exige uma preliminar de respeito, de modo que o baião de dois na Feira de São Cristóvão era uma necessidade, bem-cumprida com louvor por Leo e Caldeira. Participei como pude – ou seja, com fúria, claro. E tivermos uma promessa de tarde vitoriosa quando as três garotas de beleza farta invadiram nossas vistas à saída do restaurante, tudo temperado com o frescor da cajuína em garrafa.
Pois bem, logo um táxi nos deixou no campo vascaíno e logo encontramos os de sempre, os infalíveis: Marô, Geninho, Carlinhos. O que importa o número em si? Dois mil maníacos são mais importantes do que vinte mil aves agourentas. Foi quem tinha que ir, foi quem quis ter o prazer de rever o Fluminense em campo, com sua bela camisa tricolor de volta, com a humildade de um time jovem que não é o titular e nunca tinha jogado junto antes. Não gostaria de fazer uma análise individual dos jogadores porque a considero precoce; é o começo, muita coisa vai mudar. O time que começou a temporada ano passado no verão de Bangu teve atuações brilhantes de Araújo e Carleto; terminamos o ano completamente diferentes daquela tarde de verão desértico. Em futebol, tudo é efêmero quando se trata de jogadores, excetuando-se os eternos ídolos – e, por isso mesmo, eles se tornam eternos: são especiais. Diferenciados.
Não me furtarei a falar rapidamente. Berna mostrou a segurança quando foi preciso. Valencia, a briga incessante. Anderson? Anderson. Elivélton, seguro e priorizando sempre a bola. Rhayner correu e mostrou que pode ser útil quando entrosado. Wellington Silva errou muita coisa, mas tentou o jogo e mostrou força física. Dos garotos, Fernando foi melhor do que Fábio Braga. Sóbis apareceu discretamente. O jogo não estava fácil pelo evidente desentrosamento e porque o Nova Iguaçu tinha um bom preparo físico, típico dos times de menor investimento que começam seus treinos antes dos grandes clubes. Então o empate chocho em zero não chegou a surpreender pelo que se viu em campo, nem incomodou aos torcedores presentes: eles sabem que o começo exige paciência. Além disso, a ausência de um meio-campo de ligação escalado na partida também atrapalhou, o que aumenta a importância de Felipe em sua chegada às Laranjeiras quando Deco for ausente.
E paciência foi a tônica de Abel: esperou para mexer com prudência, quase na metade do segundo tempo, quando percebeu que o time precisava melhorar a performance de criação de jogadas. Mais um garoto em campo: Michael em lugar de Fábio Braga. Ainda era pouco e então o querido treinador definiu os rumos da partida, quando trouxe Wagner e o também garoto Ronan a campo. Em uma de suas melhores atuações com nossa camisa, Wagner fez dois gols de cabeça – olhando antes de finalizar -, parecendo um centroavante dos bons tempos – no segundo, justamente com a ajuda inestimável de Ronan já no apagar das luzes. Antes disso, no primeiro gol, Wellington Silva acertou seu primeiro cruzamento na partida. Em quinze minutos, o Fluminense jogou por setenta e cinco, venceu seu primeiro compromisso e mostrou que, se os outros postulantes ao título jogaram melhor aos olhos convencionais, pode estar aí o caminho de um bicampeonato carioca que esperamos há quase trinta anos. Sim, a Libertadores é a meta principal, mas um possível melhor da América precisa também sê-lo em sua própria cidade.
Saímos felizes. Foi o começo. Da aridez de Bangu em 2012 ao clima ameno de ontem, muitas pedras rolaram. Os nossos maníacos gritavam e riam no veterano concreto cruzmaltino. Horas depois, foi um prazer estar ao lado do nosso presidente entre risos de vitória e um futuro que se avizinha. Tudo bem que uma vovó ranzinza – no melhor estilo carpideira rancorosa – quis me perturbar pelo caminho, mas isso é uma conversa da Cruz Vermelha. Visto de São Januário, o mundo é logo ali. O Fluminense não para.
Paulo-Roberto Andel
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @pauloandel
Contato: Vitor Franklin
10 Comments
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Assisti ao Peter e você na CNT. Boa entrevista do Peter e seus apartes tb.
Mas sensacional foi a ” vovó da cruz vermelha” hahahahahahahahahahahaha!!!
Parabéns pela crônica!
Tão boa quanto, só a quebrada que você deu no Jorginho no programa do evo morales tricolor…ri muuuuuito
A única pretinha que ele pega é a jabuticaba do quintal do vizinho.
Paulo responde: Ô, Júnior, obrigadaço. O Jorginho é vizinho, é parceiro, gente da melhor qualidade. Eu o avisei de que, se me zoasse, ia ser contra-atacado. Vacilou, o velhinho levou nocaute, ahahahaha. Grande braxxxxx, ST4.
Assisti ao programa de ponta a ponta. Foi uma das melhores entrevistas do Peter, muito se devendo, também, a boa participação do ex-jogador e hoje comentarista Gonçalvez, com perguntas inteligentes.
O programa tava num clima de provocação clubística capitaneado pelo baixinho rabugento, mas bem descontraído, todo mundo levando numa boa as brincadeiras. pela primeira vez via a tal “Vovó da Cruz Vermelha” acuada e sem defesa. Final de programa brilhante !
Os novos tempos são nossos, dos tricolores. Show a crônica e o programa. Há tempos não vejo um cara tão bem preparado na presidência do Flu. Peter eh moderno competente e bem sucedido na vida profissional e esta revolucionando o Flu, e com certeza ficara na história do Flu como um dos maiores presidentes da história.
Andel,
Sua participação na resenha da CNT foi fechada com chave de ouro e , sobretudo, bom humor, pois “vovó da Cruz Vermelha” define com precisão demolidora a tal figura.
Digna do grande Tricolor Stanislaw Ponte Preta.
E sucesso na venda do livro, abs e ST,
Ulysses Burlamaqui.
Paulo responde: Caro Ulysses, obrigadão aí pela força. Não tive como saber como tinha sido, exceto pelo relato dos amigos. Grande braxxxx.
“Dois mil maníacos são mais importantes do que vinte mil aves agourentas”!
Sensacional, Andel!!
Te assisti na cnt, aquela tia velha é chata pra dedéu!
E, eu só assisti, por causa de você e do Peter!
Sobre o jogo, valeram os 3 pts!
Que venham os títulos!
Forte abraço!
Paulo responde: Ô, Fabricio, brigadaço aí. Ehehehehehe. ST
Perfeito!! Pena que não pude ver o programa na CNT, já que na Sky n’ao pega. 5ª feira tem mais!!!