A coletiva GOAT (por T. T. Paixão)

Não é nada fácil decifrar Mário Bittencourt.

Suas entrevistas são marcadas pela aparência de muita segurança e um enredo muito bem memorizado.

Facilmente ele desmonta todos os argumentos oposicionistas com calma e uma certa arrogância calculada, que pode ser confundida com uma autoconfiança louvável.

Me debrucei sobre sua última entrevista, e esta foi extensa. Por isso, para melhor analisá-la teria que separar por tópicos. Eis a chalaça:

1. Apresentação

Mário iniciou sua coletiva desmistificando a tal SAF. Em pouco tempo, ele desmentiu de maneira muito calma todas as alegações de diversos “jornalistas”. Colocando o nome do BTG como fiador, cria uma encruzilhada aos opositores, pois teriam de colocar em cheque o nome da séria instituição. Ele não deixa espaço para especulações, e por fim ironiza o cato de que foi acusado de querer rebaixar o Fluminense para vender mais barato. Não se engane, leitor: a maneira com que brinca com isso, levando os convidados ao riso, é feita de forma muito bem planejada.

Lembrou que perdeu a eleição de 2016 e foi fazer boa política, não torcer contra o clube. Aqui, aquela velha história de que ser opositor a ele é torcer contra o Flu, e mhita gente acredita nessa tese. Engana-se quem acha que Mário é apenas um bobão egocêntrico.

2. Perguntas e aqui vamos colocar sub-tópicos para facilitar a compreensão.

– Contrato de Mano renovado até o final de 2025;

– A montagem do elenco neste ciclo, segundo ele, começou no intervalo 2021/2022. Bicampeões Cariocas (2022/23), terceiro lugar no Brasileirão de 2022, Campeões da Libertadores 2023 e Recopa 2024. Este ciclo se desgastou e o Flu corrigiu a rota no meio de 2024, trazendo Mano para o lugar de Diniz. Aponta que as contratações do meio do ano mostram uma mudança de perfil de jogadores.

– O único jogador que consultou oficialmente o time vendedor foi Richarlison.

– Felipe Melo não segue mais como jogador, mas pode ser convidado para atuar em outros setores do Fluminense.

– Diogo Barbosa pode estar de saída para o Fortaleza.

– JK não está vendido, mas não interessa mais ao Clube.

– Representante do Vegetti procurou o clube, mas o contato com o Vasco anulou a negociação.

– Em 2024, não houve erro de planejamento, mas de execução do planejamento, que foi corrigido no meio do caminho. Houve erro de escolhas. Por exemplo, voltar a jogar antes por causa da final da Recopa, e a renovação do contrato de Diniz.

– Sobre John Arias, não há nada acertado sobre venda. A única coisa certa é: não será vendido para times do Brasil;

– Mário defendeu Mano, e ressaltou que o treinador pegou o time em 20° lugar, com seis pontos em 14 jogos e tirou a equipe da degola. Isso não seria possível se Mano fosse retranqueiro como dizem;

– Sobre Mano pedir ou indicar jogadores, Mário lembrou que o clube possui um trabalho de scout que funciona o ano inteiro e que Mano participará dos processos de montagem do elenco;

– Sobre as crises internas como a suruba do jK e “não me toques” de Marcelo, Mário desconversou e disse não ser nem herói, nem vilão, mas sim o responsável pelas coisas boas e ruins, simplesmente porque é o presidente do Flu, e essa é a cultura do país, não só da casa. E disse que crise existe em todo lugar;

– Sobre Ligas ou CBF, Mário é a favor de uma liga profissional dos clubes organizando os campeonatos.

Todos os tópicos acima foram questionados pelos jornalistas e respondidos por Mário, de maneira muito tranquila, em meio a sorrisos e brincadeiras. Um clima amistoso por parte de ambos.

Que cada um possa ter sua opinião sobre todas as respostas de Mário. Da minha parte, posso dizer tranquilamente que o presidente do Fluminense de bobo não tem absolutamente nada.

E se a oposição ao Mário não mudar a maneira com que lida com ele, usando informações não comprovadas, trazidas por (des)influencers ou com suposições e teorias conspiratórias, ele continuará nadando de braçada na liderança do Fluminense.

É isso.

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