Caros amigos, a briga continua firme no caminho rumo ao título brasileiro. Não será fácil: o Atlético tem mostrado força e, mais uma vez, não titubeou ao derrotar o Botafogo em casa. Entretanto, fizemos a nossa parte na aprazível Volta Redonda e, diante dos sete mil maníacos apaixonados, o Fluminense venceu mais uma vez, bem ao seu estilo de demolir paradigmas. Vitória magra, estilo 1951, contra o Sport. Foi o que bastou.
Num primeiro tempo em que o rubro-negro inicialmente abusou da velocidade e desperdiçou chances perigosas – ora, por ineficácia na conclusão, ora por Cavalieri ser hoje um dos grandes nomes do futebol brasileiro, vide a espetacular defesa na cobrança de falta que bateu na barreira -, tivemos nossos bons momentos também. Foi bom ver Neves quase marcar um golaço de falta e mostrar lampejos de 2008. Wagner também, um leão em campo, numa de suas melhores jornadas com nossa camisa. Ora, bolas, muitos se esquecem de quem o Fluminense está com desfalques a granel. Qual time não sentiria as ausências de um Deco e um Fred, ambos ao mesmo tempo? Ou da fúria juvenil e veloz de Wellington Nem e Marcos Junio? Pois bem, dentro das possibilidades, jogamos como se fosse normal estar no gramado sem dois craques de tamanho quilate. Pois bem, ainda houve correria em campo, mas dos 25 minutos em diante, as coisas assentaram e ai o Fluminense foi tomando as rédeas da partida aos poucos, até ocupar o segundo tempo de forma avassaladora a intermediária do Sport – muito antes do gol de Samuel, já merecíamos a vantagem. Mas iria custar a acontecer, como reza a tradição tricolor.
Voltamos do intervalo com a necessidade premente de vitória. O Fluminense fez seu papel de mandante, tentou, finalizou, brigou, não acertou. Quando conseguiu, era o goleiro Magrão que defendia até sonhos – foi o melhor em campo. Mesmo com o imenso volume de finalizações nossas, nada era devidamente traduzido em gol – o que não passava perto da trava por fora, Magrão voava para defender no alto, abaixo, com as mãos, na milagrosa defesa com os pés. Cada minuto passou em dez segundos e, aos poucos, até tivemos o ledo engano de que, após tanta insistência infrutífera em gol, perderíamos pontos essenciais em casa. Contudo, isso seria contrariar uma tradição secular e ela prevaleceu como nunca.
A sete minutos do fim, número cabalístico, depois de Abel ter mexido e tentado a vitória – mais garotos das Laranjeiras em campo, Michael e Higor – , Carlinhos foi 2010 em cada centímetro de sua pele e cruzou da esquerda. Washington não estava mais lá; contudo, o garoto Samuel teve um segundo de Romário, dois segundos de Cláudio Adão. Deslocou o quase imbatível Magrão e fez milhões de tricolores explodirem em todo o país, no melhor estilo da velha ampulheta que parece à míngua com seus grãos de areia no fim, até que um deles se desvela e faz do Fluminense a águia do Atlântico Sul – o voo rasante e preciso quando a presa menos espera. Não me venham com a ladainha de que o Sport tinha um jogador a menos: a expulsão foi justa e até tardia. Contra o Cruzeiro, Matheus Carvalho também foi expulso, mas sem razão alguma – e nem preciso dizer da mão de Wellington Paulista.
O Atlético conquistou o título simbólico de campeão do turno e, “de acordo com as estatísticas”, quem consegue tal façanha dificilmente abre mão da taça em dezembro. Eu vos pergunto: quem controlou tais estatísticas (riso moderado em respeito aos colegas de profissão)? Quem testou todas as hipóteses? A imprensa convencional criou mais um de seus poderosos paradigmas – e ninguém melhor do que o Fluminense para demolir as mesmas velhas opiniões formadas sobre tudo, tal como tem sido nos últimos 110 anos.
Agora, uma semana de preparação e o – sempre – difícil Vasco pelo caminho.
Acabamos de chegar à metade do caminho. É muito cedo para as manchetes alijarem o Fluminense do título brasileiro de 2012.
Paulo-Roberto Andel
@pauloandel
Panorama Tricolor/ FluNews
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Imagem: Nelson Perez/ Fluminense FC
Contato: Vitor Franklin
galo ta armado pra ser campeao vaga na libertadores ta bom
Grande Andel!
Como registro triste, apenas o que está estampado nesta foto da crônica: Samuel foi o primeiro jogador do FLUZÃO a ter essa infeliz ideia de imitar o Balotelli. Coisa repetida por inúmeros jogadores pelo mundo afora – nesta rodada do brasileirão, mais um jogador (acho que do São Paulo) imitou o gesto -, não esperava ver isso num jogo do TRICOLOR. Espero que os responsáveis pelo futebol do nosso FLUZÃO, saibam esclarecer à garotada que isso é inaceitável.
ST e super braxxxx!