Editorial – Martinelli, vítima da ingratidão

Jhon Arias não somente entende de futebol, mas também joga muito. Multi campeão pelo Fluminense, nas vezes em que foi perguntado sobre que jogador ele tem total confiança em campo, a resposta é direta: Martinelli.

A palavra de um dos maiores ídolos do clube no século XXI deveria fazer com que parte dos torcedores pensasse, mas há muito tempo esse já não é o forte de parte dos tricolores, que mantêm uma política estúpida de ódio extremo ao jovem jogador de Xerém – o que mais venceu jogos com a camisa tricolor vindo de lá, enquanto faz cara de paisagem para outros jogadores que, longe de merecerem ódio, pelo menos deveriam receber críticas justas.

Uma mistura de covardia, ingratidão e mau caratismo para com um jogador fundamental em todos os títulos que o Fluminense ganhou desde 2022, e que foi titular com todos os treinadores que passaram pelo clube no período.

Um jogador que sempre foi honesto, aceitando jogar fora de posição e correr em dobro para manter o “prestígio” do meia-prega Felimello e do pançudo Marcelo. Até de zagueiro jogou para bancar as loucuras de Diniz. Foi fundamental em 2023.

Nunca reclamou de nada. Nunca deu um pio. Enquanto isso, o sabichão da arquibancada latia por um perna de pau e suspirava apaixonado por ícones da mediocridade como Hudson, Abaiana, Thiago Lobisomem e mais recentemente Otávio – contundido, coitado, mas fraco de doer.

É o mesmo sabichão que aplaudia a genialidade de Caio Paulista, que gritava “Muroel” e outras sandices patéticas, mas que não dá um pio sobre a gravidade da futura SAF.

Dentro da lei, o torcedor pode se manifestar como quiser. Não há problema. Mas o que se faz contra Martinelli é outra coisa, é sabotagem raivosa mesmo. É pilantragem. É ódio pelo ódio, que não se justifica em campo. É uma reação bovina desproporcional e gratuita ao menor lance de erro, mesmo quando a jogada em nada compromete o jogo.

E qual lance errado de Martinelli fez com que o Fluminense fosse eliminado de alguma competição ou perdido algum título? Nenhum.

Martinelli não é Deley, nem Deco, nem o saudoso Cléber, mas é um jogador que dignifica o Fluminense. Busca o ataque, cobre o campo todo, briga por todos os lances. Erra sim, porque arrisca, tenta lançar em várias ocasiões, tenta criar.

Com Martinelli em campo, o Fluminense disputou 245 jogos, tendo vencido 123 e empatado 50. Em 71% das partidas o Flu não perdeu. São números que deveriam fazer pensar, mesmo que latir seja mais fácil…

Por fim: o gol de ontem sobre o RB Bragantino, olhando antes de bater e tocando por cima, é coisa de quem joga bola. Cerca de 95% dos influencers de like comprado e das cracatoas do X, se tivessem que finalizar a mesma bola, teriam desabado com a bunda na grama.

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