Fluminense 2 x 0 Nova Iguaçu (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, não deu tempo nem de dar o primeiro gole na cerveja. Não deu tempo nem de torcer.

No primeiro lance do jogo, Martinelli, um leão em campo, mais uma vez o melhor da partida, no meu entendimento, roubou a bola, Arias, sempre espetacular, ajeitou de cabeça para Cano e, antes que o cronômetro marcasse o primeiro minuto, o Fluminense já marcava 1 a 0.

Já mais para o final da primeira etapa, Canobbio, que fez a melhor partida com a camisa do Prêmio Nobel do Esporte, recebeu a segunda assistência de Arias, ajeitou e bateu de fora da área. Bola no canto, indefensável. Fluminense 2 a 0, sugerindo a possibilidade de uma goleada que nos levaria ao G-4.

Não que o Nova Iguaçu, atual vice-campeão do Flamengão, não incomodasse. Durante o jogo, teve pelo menos três grandes oportunidades de chegar ao gol. O Fluminense teve mais. A mais incrível delas foi desperdiçada por Cano, livre, na marca do pênalti, após desarme e passe açucarado de Martinelli.

Cano, aliás, parece estar recuperando a confiança, prometendo uma temporada surpreendente para quem suspeitava – eu, inclusive – de que sua trajetória estivesse no fim. Excelente notícia para a Mais Extraordinária Força Popular do Planeta, ainda mais após a saída de JK e Kauã Elias, seguida da contratação de Everaldo, de 33 anos, para não fugir às características, embora, diante da situação posta, isso possa até ser uma boa solução em termos de elenco.

Falando de Flamengão, escrevo essa coluna com o Fluminense em quinto lugar, sem saber do resultado de Portuguesa e Maricá. O time do litoral fluminense ainda pode chegar aos 15 pontos, com uma vitória, jogando o Tricolor para a sexta colocação.

Por ora, o que nos separa do Vasco, quarto colocado, é um gol. Sendo que o adversário cruzmaltino na rodada derradeira da Taça Guanabara é o Botafogo, ocasião, inclusive, em que ambos podem morrer abraçados na competição. Quanto ao Maricá, terá como adversário a Dissidência, que briga pelo título da Taça Guanabara, na última rodada.

A permanência do Fluminense na briga pelo título parece muito provável, mas não é só uma questão de matemática, mas de evolução do futebol que temos praticado, que vem acontecendo de forma acentuada nas últimas rodadas. A Dissidência desponta como favorita, mas é bom colocar a barba de molho, porque esse Fluminense começa a dar sinais evidentes de que não veio a 2025 para repetir 2024.

A atuação da dupla de zaga, com Freytes e Ignacio, causou excelente impressão. Guga e Fuentes, mais uma vez, fizeram ótima partida. A dupla de volantes, com Hércules e Martinelli, parece estar dando liga. Mesmo sem Ganso, Arias vem desempenhando excelente papel à frente da dupla de volantes. Só senti falta de Riquelme, que jogou o primeiro tempo inteiro no sol e, no segundo, acabou saindo após ter passado mal no intervalo. É um ponto de desequilíbrio que precisa ser ativado, porque o moleque é craque.

Temos time, temos elenco e até uma forma de jogar interessante, apesar do relaxamento após fazermos os gols e da falta de apetite para liquidar os adversários quando estamos em vantagem. São pontos a serem corrigidos, mas, como eu não fujo de dividida, muitas vezes, por isso, saindo contundido, com base nos últimos duelos, vejo o Fluminense crescendo e provocando calafrios em quem imaginava que nossa realidade fosse a das primeiras semanas da temporada.

Saudações Tricolore!