O Pequeno Imperador Princenete sentava-se inquieto no trono. O salão, ornado com estandartes verde, grená e branco, ressoava com murmúrios abafados da corte. Os nobres deliberantes, antes fiéis, agora trocavam olhares carregados de suspeita. Lá fora, a torcida murmurava, dividida entre a lealdade de outrora e a tentação do novo.
O reino do Fluminense, altivo e tradicional, há tempos era governado com honra. Mas agora, ameaças vinham de todos os lados. Rivais erguiam estandartes com símbolos modernos, ostentando a força da juventude e do dinheiro. A velha aristocracia tricolor, orgulhosa de sua história, via-se acuada.
Nos becos e tabernas, conspiravam os insatisfeitos. Alguns sussurravam o nome de um novo pretendente ao trono: um general estrangeiro, promissor e revolucionário.
– Vai ter chuva nesta horta! – sussurravam.
Outros clamavam por um retorno ao passado, a líderes gloriosos que um dia tinham elevado o reino à grandeza, algum mecenas que fosse movido pelo amor.
Mas o Pequeno Imperador Princenete, com sua postura altiva e olhar melancólico, sabia que não havia passado ao qual retornar, apenas o presente, sempre incerto e cruel.
Um conselheiro de barba rala e olhar cínico aproximou-se. “Majestade, os ventos mudam. O povo já não canta vossa glória como antes. Precisamos agir, antes que a coroa caia.”
Princenete fechou os olhos. Via-se jovem, na sauna, suando pelo escudo, lutando como um soldado da casa real. Agora, era apenas um monarca cercado por espectros de tempos dourados e pelas sombras do amanhã.
No dia seguinte, o reino acordou com um novo decreto: a guerra seria travada, mas com os valores do passado intactos. A tradição não seria dobrada, mas sim temperada pela necessidade de evolução: uma SAF.
Alguns sorriram, outros torceram o nariz.
A revolta ainda ameaçava, mas o rei, por ora, seguia de pé.
O trono ainda era tricolor, mas até quando?