Em jogo previamente descartado pelo comando técnico e diretivo do club, lá foi o Fluminense esbanjar em mais uma partida desse calvário que vem sendo o Brasileirão 2024 para o – ainda – atual campeão da Libertadores.
Para conter o ímpeto colorado, sobretudo por seu lado esquerdo de força e poder, representado por Bernabei (argentino que a imprensa dita especializada jurou ser brasileiro, dia desses) e Alan Patrick, Mano Menezes dobrou a lateral direita, escalando Guga ao lado de Samuel Xavier, abrindo mão, ao menos no primeiro tempo, de contra-atacar a equipe do Guaíba.
Funcionou no resultado, pois além do placar em zero a zero, o que de fato definiu foi o Inter não ter sido efetivo, desperdiçando muitas chances. A dobradinha SX-Guga foi muito escorregadia; mais parecia uma iguaria típica do gaúcho: o sagu de uva.
Não sei se por emoção ou convicção, Menezes abriu mão da estratégia, voltando à campo na segunda etapa com Marquinhos, justamente no lugar de Guga, ao que a mesma imprensa que confundiu Bernabei com Barnabé, chamou de ‘Protocolo Guga’. Mano desativou.
E foi justamente por aquele setor que o Inter arrumou seus dois gols, o primeiro bem no começo da etapa complementar, com Bernabei desancando Samuel e cruzando a bola para Borré.
Já no final da partida, após o Inter ter recuado e dado campo ao Tricolor, novamente Bernabei encurralou a defesa, cruzou para Bruno Henrique, não o investigado por apostas suspeitas, fechar o caixão em dois a zero para os mandantes.
O Fluminense tinha, ao menos, cinco desfalques para este jogo, dentre os quais, três cruciais: Fábio, Ganso e Arias. Qualquer equipe sentiria falta dessa tríade, mesmo assim, durante uma parte do jogo, sobretudo quando o trio ofensivo era formado por Marquinhos, Isaac e Jota Ká, a equipe deu espasmos de que poderia empatar. Faltou equilibrar a defesa e o meio, pois sem criação seria bem difícil encontrar um espaço novo. Recuar Martinelli tem se provado um erro crasso.
A derrota não chegar a ser uma surpresa, algo de outro mundo, ao contrário, já era esperado, ainda mais aliado ao ano pavoroso em que o Fluminense faz, embora devamos reconhecer que, com o atual treinador, a equipe ao menos compete, os fatos explicitam isso.
O Fluminense tem um campeonato dentro do certame, pois teremos na sequência: Fortaleza em casa, jogo difícil, pois o Leão do Pici está lutando pelas primeiras posições, mas a seguir enfrentaremos Cuiabá, Athletico e Criciúma, equipes que brigam pelas mesmas aspirações que a nossa. Se segurar na primeira divisão, na última rodada enfrentaremos um Palmeiras, talvez de férias, caso o Botafogo confirme o título com antecedência ou, quem sabe, ainda brigando pelo título.
Cada rodada será decisiva ao quadrado. A missão aceita por Mano Menezes não era nada simples e continua distante de ser fácil. Quem de fato entendeu o que a gestão do clube fez nesta temporada, já sabia que brigaríamos até o final contra mais um possível rebaixamento. Algo que não podemos sequer imaginar.
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INTERNACIONAL 2 x 0 FLUMINENSE
Campeonato Brasileiro – 33ª Rodada
Beira-Rio – Porto Alegre-RS
Sexta-feira, 08/11/2024 – 19:00h (Brasília)
Renda: R$ 968.548,00
Público: 35,877 pessoas presentes
Arbitragem: Luis Flavio de Oliveira (SP). Assistentes: Daniel Luis Marques (SP) e Luiz Alberto Andrini Nogueira (SP). VAR: Caio Max Augusto Vieira (RN).
Cartões Amarelos: Alexandro Bernabei 63’, Vitão 81’, Bruno Gomes 90’+1’ (INTERNACIONAL); Facundo Bernal 45’+2’ (FLUMINENSE)
Gols: Borré (6) e Bruno Henrique (43) no segundo tempo
INTERNACIONAL: 1-Rochet; 15-Bruno Gomes, 18-Agustín Rogel, 44-Vitão e 26-Alexandro Bernabei; 40-Rômulo (39-Luis Otávio 86’), 29-Thiago Maia (8-Bruno Henrique 76’), 17-Bruno Tabata (34-Gabriel Carvalho 71’), 11-Wanderson e 10-Alan Patrick© (47-Gustavo Prado 71’); 19-Rafael Borré (13-Enner Valencia 86’). Téc.: Roger Machado. 4-2-3-1
FLUMINENSE: 98-Vitor Eudes; 2-Samuel Xavier, 3-Thiago Silva©, 26-Manoel e 6-Diogo Barbosa; 5-Facundo Bernal (7-Renato Augusto 71’), 8-Martinelli e 45-Lima (32-Isaac 86’); 25-Guga (77-Marquinhos 46’), 14-Germán Cano (9-John Kennedy 78’) e 11-Keno (90-Kevin Serna 71’). Téc.: Mano Menezes. 4-3-3