Estamos passando pela parada do Campeonato Brasileiro por quase duas semanas em razão da data Fifa, e o máximo de assuntos que teríamos para conversar com os nossos amigos tricolores seriam apenas as agendas de treinamento da equipe, as recuperações das contusões, principalmente do Thiago Silva, e as expectativas de desempenho dos nossos jogadores convocados para as seleções da Colômbia e Uruguai. Seria uma semana bem pacata, sem grandes notícias ou polêmicas.
Infelizmente a nossa paz e nossa tranquilidade foram atrapalhadas pelos comentários feitos pelo ex-jogador Hudson no Charla Podcast transmitido no último sábado, mas que geraram polêmica nas redes sociais e nos grupos tricolores ao longo da última terça-feira.
Para aqueles que não acompanharam, em dado momento do podcast o ex-jogador comenta a respeito do período entre a sua última renovação de contrato pelo Fluminense no final da temporada de 2020 e o anúncio da sua aposentadoria em meados de 2022. Diz que durante o final da temporada 2020 já sabia que a torcida o rejeitava em virtude dele estar ocupando uma posição no time que deveria ser de Martinelli ou André, mas que mesmo assim a gestão do Fluminense resolveu renovar seu contrato por mais um ano.
Porém, ainda no começo da temporada 2021, Hudson sai de campo no final do primeiro tempo da partida de ida da semifinal do Campeonato Carioca contra a Portuguesa da Ilha e, após alguns dias, o Fluminense comunica que o jogador tinha sido diagnosticado com uma ruptura do ligamento cruzado do joelho direito, uma gravíssima contusão que o levaria para um tratamento cirúrgico seguido de longa recuperação.
Apesar do Fluminense ter seguido a legislação e ter mantido o jogador em contrato com o clube durante todo o tratamento, tendo dispensado Hudson apenas depois de curado, o jogador entra com uma ação na na justiça trabalhista pedindo 1,5 milhões de reais em indenização por acidente de trabalho. Felizmente a Justiça deu ganho de causa ao Fluminense, mas Hudson ainda não tinha aplacado seu ressentimento e, no final de 2022, causa polêmica nas redes sociais ao fazer uma publicação debochando do Fluminense e da nossa torcida.
Voltando ao podcast, Hudson finaliza o tema dizendo que atribui ao Fluminense sua aposentadoria. Diz que não custaria nada ao clube deixar ele jogar por mais um ou dois meses, mesmo em um time alternativo, de maneira que outros clubes pudessem perceber que ele estava de fato recuperado. Disse que não conseguia compreender a razão de não ter sido chamado por nenhum dos 40 clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro.
Infelizmente Hudson demonstrou nessa entrevista o já conhecido ressentimento e ingratidão que tem com o Fluminense, clube que o recebeu depois que o São Paulo não o quis mais, e que sempre fez questão de colocá-lo em campo mesmo com os jogadores da nossa base pedindo passagem. Ele precisa entender que em 2022, aos 34 anos de idade e recuperado de uma gravíssima contusão, seria muito difícil para o seu representante encontrar um novo clube para ele. Esquece também que o São Paulo ainda era o seu contratante quando o Fluminense o dispensou.
Então se o Hudson quer atribuir a outros a sua aposentadoria, deveria responsabilizar o São Paulo e o seu empresário por não terem encontrado outros times para jogar, nunca o Fluminense.
Surpreendeu também saber que Hudson esteve no CT Carlos Castilho na semana passada, em uma turma de formação da CBF, para assistir uma palestra do presidente Mário Bittencourt. Confesso que, se fosse dirigente do Fluminense, avaliaria seriamente a possibilidade de vetar sua entrada no CT depois dos episódios de desrespeito ao clube com a ação trabalhista e os comentários debochados na internet.
Hudson foi mais um daqueles jogadores que vêm para o clube sem muita explicação, que raramente agregam algum valor esportivo, mas que invariavelmente ocupam espaços que poderiam ser ocupados por jogadores da nossa base que, além da contribuição esportiva, têm potencial para trazer receitas de vendas para o clube, coisa que dificilmente acontece com estes jogadores contratados já em fase final de carreira.
Precisamos valorizar Xerém e reduzir a influência que dois ou três empresários tem no nosso departamento de futebol.
Menos Hudsons e mais Andrés e Martinellis.