Há quanto tempo hein, Flu? (por Paulo-Roberto Andel)

Começa a semana dita útil, o que no mínimo provoca debates a respeito. O Brasil está cheio de fumaça criminosa no ar. Agosto vai escorrendo, algumas pessoas chegam, outras se despedem. Já ensinou George Harrison que tudo tem que passar.

Nós, tricolores, vivemos a semana mais tranquila do ano em termos de campo. Não a mais eufórica, que sucedeu a conquista da Recopa, mas a mais tranquila e até confiante. Afinal, depois de longo sofrimento por 17 rodadas, deixamos a zona de rebaixamento e conquistamos a vaga nas quartas da Libertadores. Nos dois casos, com vitórias convincentes.

Não creio ser hora de euforia descontrolada, longe disso, mas fica sinceramente a esperança de que Mano Menezes tenha estabilizado o Fluminense, mesmo que suas escalações e substituições pareçam longe dos anseios tricolores. O fato é que o Fluminense se impôs diante do Grêmio e do Atlético Mineiro, jogou como time grande e prevaleceu. E a Mano devemos isso: o Flu voltou a ser competitivo, deixou de ser presa fácil para os adversários e passou a jogar de forma serena. Aliás, a serenidade está até nas entrevistas coletivas, outrora marcadas por ofensas e deboches contra torcedores e jornalistas.

O sonho é livre. Precisamos de mais vitórias para tranquilizar de vez a situação no Brasileiro, lógico, mas estamos a cinco jogos do que já foi o mais improvável bicampeonato da história do Fluminense. Não, não é fácil nem será, mas a possibilidade é real. Diante do que vinha sendo um desastroso 2024, estamos em situação bem melhor do que há um ou dois meses. Evoluímos. Mais uma vez, cabem críticas sim, mas o Fluminense dentro de campo evoluiu. Que esta semana seja de trabalho e tranquilidade para o clássico diante do São Paulo, sempre um grande desafio.

Arias está com a bola toda, Ganso também. O garoto Kauã Elias tem sido muito importante nessa recuperação tricolor. Kevin Serna parece ter sido um excelente reforço. Thiago Silva, idem.

Seria melhor ainda se parte da claque parasse com a perseguição estúpida a Martinelli, enquanto o desfile de peito de pombo de Felipe Melo ganha latidos alegres. Ou se tivéssemos um lateral direito em melhores condições do que Xavier – até Guga andou jogando muito. Ok, mas o saldo atual é positivo. Que esta seja a semana mais tranquila do Fluminense no ano.

Se o Flu dentro de campo parece ter feito sua correção de rota, sua gestão permanece uma peça teatral que alterna o delírio, a inverdade e o cinismo na ribalta. Mas isso fica para outra oportunidade. ST.