No último dia 21 de agosto foi publicada uma reportagem no site de um gigante grupo de comunicação noticiando que o Fluminense teria chegado próximo aos R$ 400 milhões em vendas de jogadores na gestão do atual presidente, após a concretização da venda do jogador Alexander para o Al-Ahli, da Arábia Saudita.
Um aspecto que não foi abordado pela reportagem, possivelmente porque estragaria seu tom favorável ao atual gestor, é o fato de que, a despeito da fortuna arrecadada em vendas de jogadores, a dívida do Fluminense cresceu aproximadamente R$ 104 Milhões desde 2019 até o fechamento de 2023, segundo dados publicados no Portal da Transparência do clube.
Fonte: Portal da Transparência do Fluminense Football Club.
Seja por mera superficialidade, seja com um claro objetivo de favorecer uma narrativa dos apoiadores do atual gestor, que consiste em avaliá-lo como “o maior presidente de todos os tempos, a realidade é de que a atual gestão, apesar dos méritos esportivos, não tem sido competente em sanear as finanças do clube, que parece rumar indubitavelmente e tristemente para a completa insolvência.
Incompetência e descontrole são tão grandes que, mesmo o Fluminense tendo absoluto sucesso esportivo em 2023 e tendo alcançado seu maior valor total em premiações, a dívida do clube cresceu quase R$ 30 milhões.
Teremos novas eleições no final do próximo ano e dentre os demais itens de relevância para a comunidade tricolor, a questão de um projeto de saneamento das finanças do clube precisa fazer parte do debate e dos questionamentos que precisarão ser feitos aos candidatos que se apresentarem.
Uma das promessas do atual presidente que não foi implementada e que entendo ser primordial para o projeto de saneamento é dividir o clube em unidades de negócio, cada uma com um orçamento de receitas e despesas e consequente acompanhamento de resultados. Unidades que não apresentem resultado precisarão ser reestruturadas e talvez extintas.
Ah, mas vamos deixar de ter a escolinha X ou a modalidade esportiva Y? Se não se sustentar, precisará se reestruturar ou acabar.
Mesmo em um eventual modelo de SAF, que precisará de muita discussão, de um desenho e estruturação profundos e que não deverá ser implementada de afogadilho, o clube social tipicamente fica com a dívida. Então não teremos muita escolha, precisamos estruturar os custos do clube, independentemente dos tempos e movimentos da SAF.
Equilibrar despesas e receitas, gerando algum saldo positivo para amortizar a dívida e realizar investimentos é algo que precisamos exigir desta e das próximas gestões do clube e debatermos incansavelmente.
Vamos debater sobre o Fluminense, quanto mais debate melhor.