Amigos, amigas, chegamos a um momento crítico da temporada. Impõem-se ao Fluminense dois desafios concomitantes. O primeiro, que tolera o médio prazo, é superarmos a briga contra o rebaixamento. O segundo, de curtíssimo prazo, é nos mantermos na briga pela Libertadores.
A derrota da noite de hoje foi doída, porque, apesar de todos os percalços e erros, poderíamos até ter trazido para casa uma vitória. Não tive ainda a oportunidade de analisar o lance do segundo gol do Grêmio, se houve ou não falha de Fábio.
O fato é que Esquerdinha falhou no lance do pênalti. Falhou, aliás, duplamente. No primeiro momento, nosso lateral recua para dentro da grande área, gerando o risco de que acontecesse o penal. Depois, deixa os braços abertos, oferecendo ao adversário a possibilidade de alvejá-los.
Tirando isso, fazia excelente partida, e um garoto de 18 anos não deve ser alvo de críticas mais ácidas. Ao contrário, deve contar com todo nosso apoio, para que sua carreira prossiga e para que nos traga o retorno que seu potencial técnico pode proporcionar.
A escalação inicial de Mano até, de certo modo, me surpreendeu, pois esperava que mantivesse o desenho tático das últimas partidas. Por outro lado, trouxe a esperança de uma grande jornada em Curitiba, haja vista ter escalado o time como eu próprio o concebia.
Fizemos o tão sonhado quarteto de meio de campo com André, Martinelli, Alexsander e Ganso. Que deu certo. O Fluminense começou muito bem, tomando para si a posse de bola e se articulando ofensivamente de forma promissora, com Arias e Alexsander fazendo boas movimentações, que confundiam a defesa do Grêmio.
A verdade, porém, é que o ano de 2024 não nos tem sido generoso nem quando acertamos. Lesionado, Martinelli saiu de campo por volta dos 20 minutos. Não tive bons presságios quando vi Keno aquecendo para entrar. Afinal, era a negação da proposta tática que vinha dando certo.
Keno errou tudo que tentava e Alexsander se perdeu em campo, fazendo com que o Grêmio, aos poucos, tomasse o controle da intermediária, empurrando para trás as nossas linhas.
Mesmo assim, houve algum equilíbrio nas ações, o que se manteve no início da segunda etapa, com as equipe mantendo suas formações. Até que Keno sai, aparentemente machucado, e entra Lima, que logo depois faria o gol tricolor.
Sem que o Grêmio encontrasse caminhos promissores para o gol de empate, vieram os lances infelizes que lhe proporcionaram a virada, jogando uma ducha de água fria em nossos ânimos.
Quadro diante do qual temos duas grandes missões nos dois próximos duelos. Uma, contra o Corinthians, de extrema importância, porque diz respeito à nossa aspiração de momento, que é sair da zona de rebaixamento no Brasileiro. A outra, contra o Grêmio, que representa nossa continuidade na disputa da Libertadores, mas que vale muito mais que isso, porque fala sobre nossa sobrevivência financeira.
Vou deixar as questões financeiras para outra ocasião. Por ora, o que vale e se impõe é a mobilização orgânica do Fluminense para essas duas partidas, a começar pela torcida, que é a força que verdadeiramente impulsiona o clube rumo aos seus objetivos.
No caso do jogo de sábado, olhando para o Campeonato Brasileiro e pensando em fuga de rebaixamento, não há resultado desastroso. Ainda teremos mais dezesseis duelo para alcançarmos o desprezível objetivo de nos livrarmos do rebaixamento.
Contra o Grêmio, a coisa é muito mais pesada. Conquistar a vaga na próxima fase de Libertadores é quase questão de sobrevivência institucional.
Infelizmente, a verdade não é algo com que convivamos da forma como deveríamos, até porque ela não nos é dita. Quando um clube só se mobiliza reativamente quando a água bate no umbigo, há um preço a ser pago pelos erros – erros? – cometidos.
Então, nós corremos atrás – contanto que não seja do prejuízo -, contando que possamos chegar na frente de nosso ocaso.
Saudações Tricolores!