Amigos, amigas, não existe análise do Fluminense atual que não seja sombria. É o reflexo da percepção da própria torcida sobre o que viemos fazer na atual temporada.
Fazendo uma varredura histórica, concluímos que o Fluminense parece ter estipulado como sua meta em 2024 a conquista da Recopa Sul-Americana. Conquistou, é bem verdade, mas o que vem depois?
Não foi planejado. Ao contrário, parece que o Fluminense foi programado para vivenciar um dos anos mais desastrosos de sua história, ao final do qual o resultado projetado é o rebaixamento para a Série B e uma dívida chegando ao patamar de R$ 1 bilhão.
Uma profusão de refugos e atletas em fim de carreira, com muito nome e pouco a agregar às nossas aspirações. Jogadores com menos de 30 anos sendo desprezados, vendidos, emprestados.
A receita perfeita para um ano desastroso, que é o que temos presenciado até aqui, desde a perda do tricampeonato estadual. Que passa por péssimas atuações, rupturas em falso e o olhar desolado do torcedor.
Mas vamos ao jogo desta quarta, porque aqui há uma dissonância. O Fluminense foi a Santa Catarina enfrentar o bom time do Criciúma, que, com dois jogos a menos, tem o dobro dos nossos pontos.
Em campo, porém, toda essa história ficou de lado. O Fluminense foi melhor que o adversário, mesmo em um campo ruim. Ganso regeu, André foi André, as chances de gol aconteceram em número capaz de superar uma penca de exibições somadas e nada no jogo refletiu a atual condição das duas equipes.
Como isso poderá se reproduzir no restante da temporada? É aí que está o nosso problema. Ainda temos elenco para reagir, o problema é conciliar com as competições em que ainda podemos avançar: Libertadores e Copa do Brasil.
Essa é a nossa dor produzida por uma profusão de decisões erradas, que nos legaram um elenco que pode ser capaz de nos dar um dos melhores times do país, mas incapaz de nos dar suporte para enfrentarmos os desafios que temos pela frente.
Mano está de parabéns pela transformação que conseguiu produzir no jogo da noite desta quarta. Um Fluminense agressivo, mais intenso, capaz de constranger o Criciúma em seus domínios, mas o que me mete medo são as escalações para os próximos jogos, que podem vir na contramão das evidências que o jogo de hoje apontou.
De um lado, temos a política inconsequente, de outro, temos frestas por onde escaparmos.
Também tem a luz, mas essa se pronuncia discreta e enigmática, trazendo esperança, mas também dúvidas.
O Fluminense está de parabéns pelo jogo desta quarta. A percepção é de que há esperança, mas de que? Qual a esperança que devemos ter? De escapar do rebaixamento, como foi ao longo de toda a segunda metade da década passada? Isso não seria um retrocesso inaceitável?
Ou ainda podemos aspirar a feitos dignos do tamanho, da camisa, da história e da tradição do Fluminense?
As respostas não virão rápido, mas elas virão.
Saudações Tricolores!