Fluminense: dor de cabeça e prazer (por Claudia Mendes)

O Fluminense é uma paixão que, como qualquer outra, dá suas dores de cabeça e descontentamentos. Mas também dá um prazer danado, de tirar o fôlego. Quantas vezes já fechamos os olhos ou deixamos de lado certas amarguras em nome dessa paixão? E de repente vira amor. Nesse caso virou. Nem por isso a gente deixa de sofrer um pouquinho de vez em quando. Os defeitos estão ali, ninguém é perfeito. Relevamos sempre que vale a pena. É assim!

Essa metáfora é sobre amor. O Fluminense é o amor de quem diariamente lê as colunas do PANORAMA. Eu prefiro acreditar que o clube sempre será aquele que me encantou desde a infância. Não me interessa quem passe por ele: presidentes, diretores, jogadores, treinadores, torcedores de sofá, de arquibancada, mais ou menos apaixonados. Tudo isso um dia passa e… se renova.

Estamos classificados à próxima fase da Libertadores e da Copa do Brasil, com situação muito desconfortável no Brasileirão. O time está claudicante, com alguns setores não funcionando como antes. Isso gera críticas, muito justas. Somos torcedores, mas não podemos confundir as coisas. O Fluminense é soberano. Não pertence a A, B ou C, especificamente. Segue regime presidencialista, com diretoria e conselheiros, desde 1902. Uns aprovam, outros não. Democraticamente, como deve ser.

Não passamos mais por muros pichados, vitrais apedrejados, jogadores cercados após os treinos, segunda e terceira divisões. Pode até ser que voltemos a ver isso tudo. Ou não.

Nas pancadas que levei da vida e com a chegada da maturidade, aprendi a ver sempre o lado bom de tudo, tudo mesmo. Há sete meses, a gente festejava a Glória Eterna. E é eterna porque vamos festejar a vida toda. Ganhamos a Recopa. Se foi na sorte como alguns afirmam? Que bom que ela não nos faltou, né?

Gente, não é o caos. Pelo menos, ainda não é. Longe disso. Não estou passando pano ou sendo chapa branca. Já peguei pesado por aqui e não me arrependo. Só que não é o momento.

O que realmente me interessa é o time em campo, vencendo, rendendo e até onde pode chegar. Do prazer que sinto em cada gol, de ver o colorido e a vibração da nossa torcida, dos títulos.

Já sofremos com rebaixamentos. Isso sim foi o caos, mas não foi o fim. Tanto que o clube continua de pé e me orgulho muito por isso. Não vamos deixar que o pessimismo e o preciosismo nos derrotem. Vamos focar no campo e nas arquibancadas por onde o time for. Ali sempre estará o verdadeiro Fluminense. O resto, com todo respeito, é apenas detalhe.