Problema do Flu não é o modelo de jogo (por Marcelo Savioli)

Tenho lido e ouvido muitos comentários em que o modelo de jogo do Fluminense é apontado como o grande vilão dessa jornada atabalhoada que estamos vivenciando em 2024.

O modelo de jogo do Fluminense consiste em atrair o adversário para o último terço de campo, quebrar sua primeira linha de marcação e acelerar o jogo com trocas rápidas de passes, deslocamentos e evolução da equipe em bloco, para buscar maioria tática em setores do campo ofensivo.

Quando não consegue a progressão rápida, o Fluminense passa a se agrupar nesses setores para tentar envolver o adversário e conseguir as infiltrações, preferencialmente pelos lados do campo. Ao perder a bola, o Fluminense exerce pressão para retomá-la.

Sim, amigos, amigas, parece que eu estou falando de outro time. É precisamente o que parece, mas por que? Porque o time do Fluminense, repleto de veteranos, não consegue mais evoluir nesse modelo.

Apesar disso, os dois gols que marcamos ontem são desdobramentos dele. No primeiro gol, Douglas Costa e Marquinhos se aproximam com a primeira linha de marcação do Atlético vencida. Tabelam e Marquinhos conquista um latifúndio para avançar até a área mineira e cruzar para Cano marcar.

No segundo, o Fluminense pressiona a saída de bola do Atlético e o goleiro acaba saindo errado, devolvendo a bola para Alexander, na própria intermediária mineira. O meia avança e encontra Renato Augusto entre os zagueiros. O passe é perfeito e o Fluminense chega ao segundo.

O Fluminense iniciou a partida de sábado com sete veteranos em campo. Os espasmos de boa exibição duraram trinta minutos, quando o Atlético passou a ser superior em campo, assim como no começo da segunda etapa. Diniz, então, trocou três veteranos por um. Saíram Ganso, Felipe Melo e Douglas Costa. Entrou Renato Augusto. Além dele, Felipe Andrade e Alexsander.

O Fluminense voltou a viver momento bom no jogo. Fez o segundo gol e teve oportunidades para matar a partida. Mais uma vez, porém, a alta intensidade durou pouco e o Atlético foi se chegando à nossa área. Veio o primeiro gol, veio, em seguida, o de empate. Por pouco, Paulinho não marcou o terceiro.

O problema, portanto, amigas, amigos, não é o modelo de jogo, mas as peças escolhidas para lhe dar operacionalidade. O Fluminense jogou nele em 2022, com um time muito mais jovem. Mesmo Ganso, Cano e Manuel eram dois anos mais novos. Para que o Fluminense jogue como deseja Diniz, é preciso rejuvenescer muito o time titular. Eu digo isso desde o ano passado, mas parece que nosso técnico não enxerga, ou não quer enxergar, o óbvio.

Espero, contra o Colo Colo, ver Alexsander e JK em campo. São peças vitais para o Fluminense virar esse jogo. Além disso, eu daria mais uma oportunidade a Felipe Andrade, mas para começar jogando, porque manter Felipe Melo e Manuel nessa zaga é uma temeridade. Também escalaria Diogo Barbosa na lateral, no lugar de Marcelo.

Jogaríamos com: Fábio, Marquinhos, Felipe Andrade, Manuel ou Felipe Melo e Diogo Barbosa; Martinelli, Alexander, Ganso e Jhon Arias; JK e Cano.

Saudações Tricolores!