Fluminense 2 x 1 Vasco (por Edgard FC)

Dia de clássico no outrora Maior do Mundo, antecipado para sábado entre feriados de Tiradentes e São Jorge, santo que a população impôs, embora o padroeiro oficial da cidade seja Sebastião que, inclusive, dá nome ao município mais lembrado e esquecido do país.

Às vésperas de referendar a pior sequência sem vitórias em clássicos de sua história, o Fluminense, que hoje pertence à Gangue do Ray-Ban e associados, movimentou bastante seus asseclas nos bastidores, incluindo entrevista com apelo emocional dada pelo atual treinador ao site da detentora da maior fatia dos direitos de transmissão no futebol nacional.

Diniz também se mexeu. Trouxe ao campo de jogo para a partida desta tarde, jogadores em suas posições de ofício, improvisando apenas Felipe Melo como zagueiro e capitão, embora nem sei se podemos chamar de gambiarra, pois o rapazola já se acostumara nas duas funções, recebendo até latidos da arquibancada para suas ações caninas.

Com cada qual em seu quadrado, o Fluminense passou a ser competitivo, como em um passe de mágica, tanto que foi o primeiro a estufar o barbante: aos dez minutos de jogo, Marcelo deu assistência para Ganso, dentro da pequena área, apenas cumprimentar para o gol, de cabeça, decretando o um a zero para o Tricolor.

Com a vantagem no placar, o Fluminense amornou um pouco suas intenções. Então o Vasco, mesmo que sem grande brilho, passou a incomodar, terminou a primeira etapa tendo mais chances de gol, mas não triunfou.

Na volta para o segundo tempo, cena constante: saiu Felipe Melo, que recebera cartão amarelo ainda no início do jogo, para a entrada, pasmemos, de Antônio Carlos, zagueiro contratado com amor e com vigor pela gestão do club junto ao parceiro de negócios mais querido do Brasil.

O Vasco voltou com três mexidas, povoando ainda mais as beiradas de campo com juventude e velocidade; o que ajudou, pois o cruz-maltino passou a dominar as ações.
Porém, foi o clube das Laranjeiras quem marcou, mais uma vez, em jogada de Martinelli: a bola escapou para Samuel na direita, o mesmo Samuca cruzou para o segundo pau, e lá estava Matheus Martinelli, que agasalhou no peito e estufou o barbante deslocando o goleiro com um totozinho.

Mal Jorge Corpas comemorava lá em Sorriso (ou em alguma cidade do Centro-Oeste brasileiro), Pablo Vegetti subiu sem ser incomodado pela dupla de zaga tricolor, de cabeça, encobriu a saída insuficiente de Fábio e descontou o marcador.

A equipe oriunda do remo passou a dominar as ações de perigo e quase chegou ao empate. Ainda aos trinta da etapa final, não fosse o impedimento, Vegetti teria feito seu segundo gol na partida. A defesa do Fluminense seguiu sendo o ponto negativo.

O combo: saída de Ganso e entrada do Lima, tornaram o Fluminense uma equipe normal, sem vida, ranzinza, quase um filme de Sessão da Tarde.

Ao final da partida, uma chance para cada lado. Jota Ká, depois Lima, se enrolaram com a bola nos pés e depois Clayton, que entrou nos instantes finais pelo Vasco e perdeu cara-a-cara com Fábio.

O Fluminense enfim interrompeu a sequência inoperante diante de seus rivais históricos. Agora poderá, nos próximos treze jogos, se dar ao luxo de não vencê-los, até que o tema possa ser debatido, novamente. Espero que nunca mais.

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FLUMINENSE 2 x 1 VASCO
Campeonato Brasileiro 2024 – 3ª Rodada
Sábado, 20/04/2024 – 16:00h (Brasília)
Maracanã – Rio de Janeiro-RJ
Renda: R$ 1.443.877,50
Público: 25.842 pessoas presentes
Arbitragem: Wilton Pereira Sampaio – GO /FIFA (Árbitro), Bruno Boschilia – PR / FIFA, Leone Carvalho Rocha – GO (Assistentes), Anderson Ribeiro Gonçalves – GO, Rodolpho Toski Marques – PR / FIFA (V.A.R).

Cartões Amarelos: Felipe Melo 6’, Ganso 27’, André 65’, Lima 88’ (FLUMINENSE); Pablo Galdames 26’, Matheus Carvalho 27’, Pablo Vegetti 65’, Hugo Moura 67’, Zé Gabriel 76’ (VASCO)
Gols: Ganso 10’, Martinelli 52’ (FLUMINENSE); Pablo Vegetti 55’ (VASCO)

FLUMINENSE: 1-Fábio; 2-Samuel Xavier, 26-Manoel, 30-Felipe Melo© (25-Antônio Carlos 46’) e 12-Marcelo; 7-André, 8-Martinelli e 10-Ganso (45-Lima 73’); 21-Jhon Arias, 77-Marquinhos (90-Douglas Costa 87’) e 14-Germán Cano (9-John Kennedy 87’). Téc.: Fernando Diniz. 4-3-3

VASCO: 1-Léo Jardim; 96-Paulo Henrique, 4-Maicon, 3-Léo© e 6-Lucas Piton; 20-Juan Sforza (23-Zé Gabriel 70’), 27-Pablo Galdames (16-Erick Marcus 46’) e 85-Matheus Carvalho 25-Hugo Moura 46’); 31-Rossi (77-Rayan 46’), 7-David (9-Clayton 90’+3’) e 99-Pablo Vegetti. Téc.: Ramón Díaz. 4-3-3