Ontem Fernando Diniz foi anunciado como o novo técnico interino da Seleção Brasileira. Até aí, o treinador realmente vinha tendo destaque e seria apto para o cargo, não vou discutir isso aqui pela visão da CBF, até porque, obviamente, a prioridade deve ser o Fluminense. A situação curiosa é que, junto com a notícia, veio a informação de que o treinador continuaria como treinador do Fluminense, acumulando as duas funções.
Confesso que não consigo nem ter uma opinião muito forte sobre o assunto, é uma situação tão fora da caixinha que até pros padrões do Fluminense atual, que contrata Yony e Daniel, é capaz de ser impressionante.
Essa decisão é, acima de tudo, um buraco no meio do planejamento do Fluminense para a temporada. Contratações estão chegando, o time vive uma fase turbulenta e vai ter uma partida decisiva no fim de semana, mas tudo isso fica para segundo plano, já que as dúvidas e preocupações que envolvem a atuação de Diniz em jornada dupla são grandes demais em perspectiva.
Mário Bittencourt disse inúmeras vezes que só liberaria Diniz mediante o pagamento da multa. Por que não deixou isso acontecer? Se Diniz não aceitava sair só para ser interino, que não saísse de forma alguma e continuasse com foco no Tricolor. Um treinador não pode ser insubstituível e ser tão prioridade da diretoria assim, isso não é postura de um clube do tamanho do Fluminense.
Para ilustrar isso é só fazer uma reflexão rápida: se não é problema para a CBF que o treinador tenha jornada dupla, porque Ancelloti não assume junto com o Real Madrid? A resposta é óbvia: o Real Madrid é um clube de diretoria séria.
É triste ter que lidar com esse problema que a diretoria inventou, já que poderia ser um momento de melhora na temporada com mais tempo de descanso e chegada de novas faces, mas parece que caminharemos para mais incerteza nas próximas semanas. É claro que vou torcer para que essa versão Diniz com dois empregos no maior estilo pai do Chris do seriado funcione, mas que é pouco provável, é.