E Gil chegou aos 81 anos. Com a mesma classe, desenvoltura, inteligência e leveza de sempre.
Gil adora futebol. É tricolor, como nós, e já cantou a bola por diversas vezes.
Em Balé da Bola, disse assim:
“E hoje a bola rola mais perfeita
Esfera mágica, elevação
Nos pés dos ídolos deste planeta
Tem seu momento de consagração
A bola símbolo da perfeição
Tem seu momento de consagração
Quem lembrar Pelé ou Platini
Sabe o que se comemora aqui
Tantos que eu vi, tantos que eu não vi não
Todos aqui tem seu Panteão”
Gil, antes de ser um admirador de futebol, é um artista e como tal, amante da beleza.
Como craque, trata a bola com amor, símbolo da perfeição. Como craque, reconhece outros craques e os coloca em panteão.
E o Fluminense, nosso amado clube, trata a bola com amor, os craques com deferência e a história com vigor?
Estamos em um daqueles dias em que todos dizem: o time fará o jogo do ano!
Já vivemos muitos dias similares em que o Fluminense jogava o semestre, jogava o ano, jogava o futuro. Em alguns dias, deu tudo certo; em outros, foi só derrocada.
Poderíamos estar mais tranquilos, meus amigos.
No Brasileirão, se não tivéssemos empatado aquele jogo contra o Goiás, seríamos o vice-líder, ao lado do Grêmio.
Na Libertadores, poderíamos já estar nas oitavas de final, antecipadamente.
Mas, não há “se” que dê conta da história. E a história se faz de escolhas. E, em muitos casos, não escolhemos tão bem quem nos representa em campo; tampouco fora dele.
Hoje Diniz, com casa cheia em mais um espetáculo que fará a torcida tricolor, tem nova oportunidade de fazer escolhas.
Vem, aparentemente com força total ou com a equipe considerada titular, no momento. Pode reeditar o esquema tático que tanto sucesso fez há dois meses e que o colocou, ele, Diniz, no patamar de “um dos melhores técnicos da sua geração”.
Anuncia-se o time com Fábio, Felipe Melo e Nino, Marcelo e Samuel Xavier, André, Lima e Ganso, Keno, Árias e Cano.
Me interessa ainda mais quem ele escolherá para compor o banco, já que a representação de jogadores por posição no banco tricolor tem sido agoniante.
Quem serão os laterais disponíveis, por exemplo? De ofício ou improvisados?
Pensando nas palavras de Gil, as escolhas de Diniz, as escolhas da diretoria tricolor para suprir nossas deficiências no elenco nem sempre conduzem a esfera mágica à elevação. As vezes a bola rola quadrada.
Assim, torço, como faço sempre nos últimos anos, que os craques da bola cheguem à perfeição e vejamos Ganso, Arias, André e Marcelo no panteão.