O Fluminense foi até Buenos Aires para um Monumental de Núñez extremamente lotado. Em condições normais de temperatura e pressão, já seria muito difícil esse confronto. Ainda mais vendo o Fluminense não conseguir a mesma posse de bola dominante de outrora.
Dito isto, o jogo foi dentro do esperado: um River dominante, empurrado pelos hinchas, contra um Fluminense que parecia estar aprendendo a jogar no modelo que Fernando Diniz defende como legado pessoal ao futebol.
Desde as contusões do lado esquerdo, que o Tricolor não repete a intensidade em seu jogo; de lá para cá, Arias tem sido o ímã: onde ele habita, existem jogadas; quando ele está distante, são as jogadas aleatórias e improdutivas que se amontoam.
O River teve um gol bem anulado na primeira etapa. Em jogada de muita velocidade, Beltrán recebeu passe, girou e foi às redes, mas o VAR revisou.
O clube das Laranjeiras ainda teve uma boa chance com Arias, mas o heroico colombiano desperdiçou.
Na segunda etapa o roteiro parecia repetido, as duas equipes voltaram como desceram aos vestiários; aos quatro minutos de bola rolando, o Fluminense tinha conseguido ir ao campo de ataque aos trancos e barrancos, mas o defensor rival do Boca Juniors interceptou e ativou o lado direito. Solari, praticamente sozinho partiu e cruzou para Lucas Beltrán livre tirar o zero do placar.
Com a vitória parcial, a equipe da casa recuou suas linhas e cedeu espaços ao time de Gabriel Pirani, que entrou e, minimamente, conseguiu arrastar algumas bolas, o que Guga, improvisado, não conseguia nem sonhar em fazer.
Com chances empilhadas, o Fluminense perdeu boas oportunidades de empatar e praticamente selar sua ida às oitavas da Glória Eterna, mas as realidades mais uma vez bateram à porta: o esquema de montagem de elenco não priorizou criar um plantel coeso e competitivo, tanto que Fernando Diniz, apegado que só ele, a todos os pontos de seu conceito, sem abrir mão de anda, só usou três dos cinco possíveis que poderia do banco de reservas: além de seu peixe Pirani, promoveu Jota Ká e Lelê, já na base do desespero.
Ao apagar das luzes, André empurrou Barco dentro da área, em uma das escapadas de contragolpe de Los Millonarios. O mesmo Barco bateu, tirando Fábio da fotografia final, dois a zero, resultado mais do que justo para o que foi a partida.
No porvir, é óbvio que a equipe pode voltar aos trilhos, mas precisará bem mais do que manter velhos hábitos, pois já sabemos: é uma insanidade manter as mesmas práticas enquanto esperamos resultados diferentes.
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Serviço do jogo:
River Plate 2 x 0 Fluminense
Copa Libertadores – Fase de grupos – 5ª Rodada
Monumental de Núñez – Buenos Aires-ARG
Quarta-feira, 07/06/2023 – 21:30h (Brasília)
Árbitro: Wilmar Roldán (COL/FIFA)
Cartões amarelos: Nicolás de la Cruz 45’+2’, José Paradela 81’, Esequiel Barco 90’+9’ e Miguel Borja 90’+9’ (River Plate) – Matheus Martinelli 42’ e Germán Cano 58’ (Fluminense)
Gols: Lucas Beltrán 49’ e Esequiel Barco 90’+7’
River Plate: Franco Armani©; Marcelo Herrera (Paulo Díaz 74’), Robert Rojas, Leandro González Pírez e Milton Casco; Rodrigo Aliendro, Nicolás de la Cruz (Agustín Palavecino 82’) e Nacho Fernández (Matías Kranevitter 67’); Esequiel Barco, Pablo Solari (José Paradela 74’) e Lucas Beltrán (Miguel Borja 82’). Téc.: Martín Demichelis. 4-3-3
Fluminense: Fábio; Samuel Xavier (John Kennedy 84’), Nino©, Felipe Melo e Guga (Gabriel Pirani 60’); André, Martinelli (Lelê 76’), Lima e Ganso; Jhon Arias e Germán Cano. Téc.: Fernando Diniz. 4-4-2