O exorcismo tricolor (por Paulo Rocha)

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Às vésperas do importantíssimo duelo com o River Plate, na Argentina, o Fluminense exorcizou no último domingo um fantasma que o apavorava há cinco jogos: a falta de gols e de vitórias. Diante do Bragantino, a performance não foi irretocável, longe disso. Mas da arquibancada, de onde tive oportunidade de acompanhar o jogo ao lado do meu filho, deu para perceber que, pelo menos, coragem e vontade de vencer não faltaram.

O nervosismo no início do jogo é algo totalmente compreensível. Devido aos últimos resultados – reveses para rivais e eliminação de competição – a confiança estava em frangalhos. Os desfalques ainda seguem nos limitando o desempenho. Contudo, a raça da equipe foi nítida: duelando contra um adversário tinhoso, rápido, soube jogar o jogo e teve competência para marcar dois gols que lavaram a alma.

Terminado um dos jejuns, faltava encerrar o de vitórias. O gol do adversário no início da segunda etapa, transformou o jogo naquele teste para cardíacos a que nós, tricolores, estamos tão acostumados. Mas mesmo na hora do sufoco, dos erros cometidos em função do temor oriundo dos abalos recentes, da pressão do Bragantino, percebemos um Fluminense valente. E o placar final nos trouxe o alívio do dever cumprido.

Não citei o nome de nenhum jogador nesta crônica de propósito. Nem mesmo o do treinador. Acontece que essa santa vitória foi mérito do espírito tricolor. Chega de maldição, chega de se deixar atingir pela inveja alheia e pelos nossos próprios erros. E que possamos, nesta quarta-feira, ver nosso time com a mesma identidade no Monumental de Núnez. Com aquele brilho nos olhos que somente os vencedores possuem.