“Diniz é o Guardiola brasileiro”. Essa frase é repetida desde o surgimento do treinador, seja em programas de televisão, rodas de debates ou grupos de Whatsapp.
A relação superficial é clara: Guardiola é o maior símbolo do futebol de controle de jogo e de valorização da posse de bola no mundo, algo que Diniz valoriza como algumas de suas maiores virtudes.
As semelhanças entre os dois, no entanto, acabam por aqui. É vital delimitar as suas diferenças, até para entendermos a originalidade do trabalho do tricolor, que vem sendo exaltado por analistas de todo o mundo.
A maior e mais clara discordância dos dois é na forma de construir o ataque e atacar a última linha do adversário. Os times do espanhol trabalham com um estilo de jogo posicional, em que os jogadores ocupam os locais dentro de campo num processo mais definido, prezando pela manutenção da amplitude com peças sempre bem abertas dos dois lados. Não estou caindo no clichê de que os jogadores do City são tratados como robôs e de que Guardiola não se importa com suas individualidades, como dizem alguns críticos. O espanhol melhora seus atletas e isso é visto em todos os seus trabalhos, só pontuo que seu método para fazê-lo é diferente.
Diniz, por sua vez, adota um modelo “aposicional” na atuação ofensiva. Ao trazer boa parte dos jogadores da equipe para o mesmo lado, ele cria superioridade numérica no espaço de disputa da bola, com o intuito de criar oportunidades em construções curtas, formando verdadeiras rodas de “bobo”.
No momento defensivo, os dois pregam por uma pressão agressiva, visando retomar a posse rapidamente por quase todo o jogo. Nos momentos de descanso, porém, o time dinizista retorna com todos os jogadores e forma uma barreira super compacta e sólida, atraindo os adversários com o intuito de explorar os contra-ataques.
Em conclusão, ressaltar as diferenças entre Fernando e Pep Guardiola é importante, pois as particularidades que o tricolor aplica em seu esquema são únicas e pouco vistas no futebol mundial. O “caos perfeito” realizado pelo Fluminense pode não ser imune a falhas, assim como o jogo espanhol que assombra o mundo há tantos anos, mas é um esquema, acima de tudo, brasileiro. O lema “coragem pra jogar” está intimamente ligado aos principais atributos que levaram o futebol nacional a encantar o globo: drible, improviso, genialidade e tantos outros.
É claro que Diniz ainda tem um caminho muito longo para caminhar, se quiser, um dia, ter o mesmo tamanho que Pep e revolucionar o jogo, mas o importante agora é ressaltar o que deve ser dito: Diniz não é o Guardiola brasileiro e nem guardiolista. Fernando é um dinizista, um treinador de escola brasileira.
Sensacional e sem clichês!! Sou sua fã !!!❤️
Perfeita definição do técnico craque, que revoluciona o futebol com seu jeito espetacular de fazer arte, resultados práticos, vanguardista e sucesso, com um time que confia em sua orientação técnica e colher resultados espetaculares.
Vai longe esse Diniz, mas espero que fique muito tempo à frente do Fluminense arte, eficácia, dinamismo e espetáculo !
Obrigado, Paulo! Vamos juntos rumo aos títulos.