O Fluminense fez contra o Bangu sua partida mais consistente na temporada.
Diniz repetiu a escalação com Keno pela esquerda e o ponta mais uma vez teve boa atuação.
Com Alexander se firmando rapidamente na lateral esquerda, o técnico tricolor parece ter encontrado os onze titulares que tanto busca antes da inserção de Marcelo na equipe.
É nítida a evolução técnica, tática e, sobretudo, física. Ao perder a bola, quase sempre no campo de ataque, o time voltou a fazer a transição defensiva de forma rápida, o que impediu o adversário de se aproveitar da linha alta em velocidade. Podemos dizer que no jogo contra o Bangu vimos a essência do estilo Diniz em sua plenitude.
O Flu concentrou com velocidade e aproveitou com inteligência os espaços criados. Nos jogos anteriores, o time até se concentrava pelos lados como de costume, mas faltava toques rápidos, infiltrações e, principalmente, virar o jogo com precisão.
No lance do primeiro gol, como mostra o campo tático abaixo, o time foi recuando a bola até o lado direito de sua defesa. A equipe manteve a posse e girou a bola com calma até o lado esquerdo, momento em que Ganso com um corta-luz genial deixou Keno no mano com o zagueiro adversário. Se o ponta recebe nessa condição, ele tem tempo e espaço para executar o drible. Após partir pra cima, Keno foi derrubado e na falta originada pelo lance o primeiro gol foi marcado por Ganso.
Como citado, o Tricolor aproveitou a aproximação em torno da posse para produzir jogo, mas também soube aproveitar o cobertor curto criado pelo balanço defensivo do 4-1-4-1 do Bangu.
Árias nem sempre se juntava ao formigueiro, ficando por vezes aberto para fornecer amplitude e possibilidades no lado oposto.
Além de montar uma estrutura pela esquerda para aglomerar e atrair o rival, o time de Diniz também deixava outra estrutura montada no lado oposto para aproveitar os espaços e invadir a área com mais facilidade.
O campo tático abaixo ilustra essa amplitude e desenha o segundo gol, visto que Árias pode dar a assistência para Cano pelo fato de ter recebido a bola com espaço para pensar e no mano, com o lateral do Bangu, executar bem a jogada.
A evolução é nítida e o Fluminense parece encorpar no momento certo, qual seja, a fase final do Carioca e o iminente início das competições grandes.
Até mesmo o posicionamento de Ganso tem sido diversificado para tirar obviedade da concentração realizada em torno da bola. O meia tem variado seu posicionamento, ora como um segundo atacante empurrando a linha defensiva junto com Cano, ora em uma zona morta para pensar e distribuir o jogo.
Era isso que a torcida esperava após a campanha da temporada passada em conjunto manutenção do treinador, que a essência do modo Diniz exalasse sobre os quatro cantos do tablado. Que continue evoluindo. Salve o Tricolor!