Seu Ivanildo, o Fluminense em riste (por Fábio Lau)

Conheço Ivanildo Silva há 50 anos.

Era amigo dos meus pais e me tornei amigo de seus filhos.

Vício?

Dois.

Fuma desbragadamente mesmo restando um fio de linha por onde passa o oxigênio que o mantém vivo.

O outro? Tá na camisa.

É o mais tricolor dos tricolores que conheço.

Genro, nora, netos e bisnetos, além de agregados, estão unidos em torno do tricolor.

Há décadas não pronuncia o nome do time que elegeu como o maior rival. Chama-o “palavrão”. E a expressão sai tão naturalmente que você se acostuma em um minuto de conversa.

Esse pernambucano é cabra da peste. Estive com ele em janeiro. Contrariando orientação médica para repousar, veio ao Rio para a terceira ou quarta despedida dos amigos.

Ontem, na capital federal onde vive desde 1971, não poderia deixar de ir ao jogão e estar presente na goleada do Flu. Chegou cedo, vestido a caráter. E esticou a perna combalida.

E aí a gente se pergunta: paixão é ou não oxigênio?

Foto: Elizabeth Cristina da Silva