Conheço Ivanildo Silva há 50 anos.
Era amigo dos meus pais e me tornei amigo de seus filhos.
Vício?
Dois.
Fuma desbragadamente mesmo restando um fio de linha por onde passa o oxigênio que o mantém vivo.
O outro? Tá na camisa.
É o mais tricolor dos tricolores que conheço.
Genro, nora, netos e bisnetos, além de agregados, estão unidos em torno do tricolor.
Há décadas não pronuncia o nome do time que elegeu como o maior rival. Chama-o “palavrão”. E a expressão sai tão naturalmente que você se acostuma em um minuto de conversa.
Esse pernambucano é cabra da peste. Estive com ele em janeiro. Contrariando orientação médica para repousar, veio ao Rio para a terceira ou quarta despedida dos amigos.
Ontem, na capital federal onde vive desde 1971, não poderia deixar de ir ao jogão e estar presente na goleada do Flu. Chegou cedo, vestido a caráter. E esticou a perna combalida.
E aí a gente se pergunta: paixão é ou não oxigênio?
Foto: Elizabeth Cristina da Silva