“Vestiáriocracia” no Fluminense (por Manoel Stone)

Hoje não dá para falar sobre Fuminense e não falar sobre o maravilhoso gol de German Cano no último domingo, parabéns Cano! Ainda bem que você está do nosso lado!

E começando o que tenho visto na twilight zone que gira ao redor do Fluminense. Para começar, assisti ao jogo final do sul americano sub 20. Mais especificamente, quero falar sobre nosso jogador que mostrou muito mais do que se esperava e que, se repetir o desempenho no time principal, não tem pra ninguém. E o principal é que pouco se fala disso.

Alexsander, apesar de ter sido praticamente o dono do meio campo dessa seleção, pouco é mencionado. Temos também o desempenho de John Kennedy no Paulistão, onde não por acaso é o artilheiro jogando por um time que é considerado dentre os menores. Parabéns à Ferroviária-SP, por ter uma equipe de gerir futebol que está conseguindo “domar” a fera “rebelde” que no Fluminense era chamada de “Porra Louca” e incontrolável. Para resumir, tinha a “cabeça ruim”. E não posso deixar de mencionar o desempenho de Edinho no pequeno Bangu que, a despeito dos resultados do clube no campeonato, está mostrando que tem muito mais bola que muita gente que está no elenco do Fluminense.

Qual será esse mistério?

E bota mistério nisso!

Ah! Sobre o JK, não me venham com aquele papo mais manjado de todos os tempos de que o local onde mora e/ou os amigos da infância o atrapalham, pois estes estiveram presentes em toda a trajetória deste nas categorias de base, e mesmo nas primeiras participações no time profissional. Até acontecer um ponto de virada que tornou o garoto de hora para outra em um “rebelde sem causa”, que ponto teria sido esse?

Não posso deixar de lamentar a famosa “vestiáriocracia”, hierarquia, a tal regra do “antiguidade é posto”, tudo isso para não falar em panelas, pois até acho que não seja isso. Mas até quando teremos que exibir alguns, revelar outros e mesmo esconder muitos?

Não há nada que explique o banco que vai aos jogos, principalmente por que esse banco elimina qualquer possibilidade de que mudanças efetivas sejam feitas e que possam mudar um jogo. O treinador olha para o banco e não há no banco nomes que possam dar uma nova cara ao time, pois todas as peças de museu estão lá, desprovidas de lógica que justifique a presença no referido banco. Não vou citar nominalmente essas peças, pois são de domínio de todos os tricolores a quem estou me referindo. E nesse ponto vem a dúvida: isso é mesmo tudo da cabeça do Diniz ou existe algo mais por trás disso?

Um ponto que não posso deixar de mencionar é a entrada de Arthur no último domingo. Com a ausência inesperada de Ganso, esse era um jogo totalmente inadequado para colocar o garoto, pois o adversário transformou esse jogo em uma final de campeonato, em uma verdadeira guerra, e temos que admitir que é pesado para um garoto de 17 anos estrear em um jogo desse tipo. E qual poderia ser o motivo dessa escalação? Ou Diniz acredita muito no garoto, ou esse garoto precisa ser “mostrado”, para em futura venda ser valorizado, ou mesmo para que a divulgação de valores baixos em uma transferência tenham explicação.

Diniz ainda tem minha confiança. Espero que ele tenha “aquilo roxo” e faça só o que queira fazer, mas o roxo dele vem desbotando ao longo desse tempo, pois as presenças de alguns jogadores na lista de relacionados é incoerente com a capacitação técnica desses comparada a outros que ficam de fora, sem mencionar que, mesmo estando no banco, alguns que talvez mereçam mais permanecem sentados, em detrimento de alguns que entram e nunca nos decepcionaram: não esperávamos nada e nada foi feito no jogo.

Acorda, Diniz!