Por que o futebol é fascinante?
Episódios não faltam que confirmem o fascínio que esse esporte exerce sobre seus fãs. Quantas vezes, por exemplo, o Fluminense nos deu tristezas e alegrias? Muitas, certamente. Mas quantas vezes em tão curto espaço de tempo, apenas três dias?
Pois é, entre a frustração e a tristeza pela derrota (e eliminação da Copa do Brasil) para o Corinthians, quem, em sã consciência, esperaria sentir a emoção e a alegria de uma vitória sobre o todo poderoso “Time das Copas”, do Flamengo?
O Fluminense curou-se da ressaca bebendo a água fresca e boa da vitória, que não foi uma vitória qualquer. Derrotamos o time titular, finalista de duas copas, invicto há 19 partidas, mais rico e com o melhor elenco da América do Sul, com a naturalidade e normalidade de quem faz isso com frequência. E faz, pois ganhar Fla-Flu é normal.
Mas há fatos, para além da mística, que precisam ser considerados. A estratégia foi basicamente a mesma da partida contra o time paulista, aliás, o modelo típico do Diniz, porém com algum temperamento, marcando com linhas mais baixas em certos momentos, optando estritamente pela saída pé a pé, sem chutões, embora tenhamos corrido mais riscos, e mais “sangue nos olhos”, além de uma diferença crucial: André. Por isso, perdemos lá, e, também, pela escolha equivocada de Diniz pelo seu substituto.
A Copa do Brasil era um sonho real, mas é preciso considerar a escassez do elenco, que não teve substitutos à altura para Luiz Henrique, Nonato, e não tem para André, Ganso, Samuel Xavier, Nino, Manuel, Arias e Cano. E pagamos o preço justamente numa decisão. Mas aí entra a magia do futebol. Das lágrimas à exultação da equipe, 72h após, com uma vitória que amaina a frustração pela eliminação, põe o Fluminense na vice-liderança do Brasileiro, à frente do próprio Flamengo, e praticamente sepulta as chances do rival na competição.
Por isso o futebol é fascinante, porque depois da tempestade sempre haverá um dia de Sol, porque por mais que a dor e a frustração pareçam irreparáveis, sempre haverá um rival a ser batido, algumas horas depois, um favorito em qualquer casa de apostas, um querido da mídia, um time de “Copas”, rico e poderoso, e, do outro lado, um time de guerreiros.
Nada como um dia após o outro. É assim na vida, é assim no futebol.