O babado do Ray-Ban e a colônia Lancaster (por Venerável Conde Francisco da Zanzibar Y Zanzibar Hernandez)

Quero dizer aos súditos que devo anunciar minha candidatura à presidência do club em agosto. Chega! Cansei! Esperei uma atitude de Zé Capacete e nada. Os bofes ficam de biricutico e nada acontece. É preciso botar o pau na mesa e batê-lo com força até o clímax!

Procurei um vice perfeito, com todos os dotes e predicados possíveis. Cheguei à conclusão que a única pessoa que pode ocupar esse cargo sou eu mesmo, é claro. Portanto, serei candidato a presidente e vice ao mesmo tempo. Que mal tem? Bibi está fazendo isso, mas não assume. Abafa! Lack e Tetê Pantanal fazem minha assessoria.

Fiquei irritado com os áudios e prints que recebi. Houve um babado forte: poderoso player do club afirmou que um ex-dirigente poderoso meio lá, meio cá, tinha o vício de entrar no vestiário usando óculos Ray-Ban, de modo a discretamente fazer Manjílson do que que a baiana tem debaixo do chuveiro, se é que me entendem.

É preciso acabar com essa pouca vergonha, em nome de Deus, da pátria e da família tradicional do Brazil. Um dirigente jamais deve ficar de sassarico no vestiário com serviçais. Nas relações privadas e respeitosas, cada um sabe de seu balacobaco, meu bem. Agora, Ray-Ban? Que cafonice, senhor! Até tia velha do Largo do Machado sabe disso. Só falta usar colônia Lancaster e beber leite de magnésia.

Desde já, conto com o apoio desta casa em minha campanha, porque represento o ideal tricolor de democracia e nobreza que o club exige. Conto, não: exijo. Se não me apoiarem, vou falar mal do Andel O Editor pra todo mundo, vou mostrar o que que a baiana tem e que sou o melhor tricolor do mundo – tirando o Diniz, que é um pão de loh! Mas votem em mim. Cada voto, um cargo ou um emprego. Bumbum paticumbum prugurundum: o nosso samba, minha gente, é isso aí!

Paz, justiça e liberdade.