Entre o cruzamento do argentino Dario Conca contra o Macaé em 2009 e o passe de Nonato contra o Vila Nova em 2022, Fred viveu 13 anos de carreira. Foram títulos, recordes pessoais e, claro, algumas polêmicas. Nesse período teve passagens também pelo Cruzeiro e Atlético Mineiro.
Acontece que mesmo atuando por América Mineiro, Cruzeiro, Lyon, Atlético Mineiro e Seleção Brasileira, foi no Fluminense que Fred colocou seu nome como um dos maiores jogadores dos últimos anos do futebol mundial, eu diria.
Evidente que no Fluminense podem existir ídolos maiores que Fred. Principalmente para torcedores mais antigos, que puderam acompanhar um período de tempo maior do clube.
O Fluminense tem Assis, Edinho, Branco, Carlos Alberto Torres, Deley, Flávio Minuano, Preguinho, Escurinho, Didi, Telê Santana, Orlando Pingo de Ouro, Gérson, Paulo Victor, Pintinho, Ricardo Gomes, Rivellino, Castilho, Romerito e Washington, por exemplo.
Mais frescos na memória dos mais jovens, Deco, Romário, Ronaldinho Gaúcho e Thiago Silva, já vestiram essa camisa.
E tem mais outros tantos que, se eu for citar aqui, essa coluna viraria uma enciclopédia.
Mas tivemos Fred também. Chegou no ano seguinte àquela campanha do Fluminense pela Libertadores, onde o título não veio por caprichos que só o futebol se dá ao luxo.
Em 2009, O Fluminense conquistaria então um título que nenhum outro clube tem no planeta: o do time que venceu a Matemática. Estávamos 99% rebaixados para a Série B do Campeonato Brasileiro. Havia apenas o mísero 1% de chance de milagre, e ele veio. Mais uma vez, o futebol se deu ao luxo de ignorar a lógica.
Dois anos seguidos, com o Fluminense como personagem de destaque.
Em 2010, o futebol resolveu que queria mais. Sagrou o Fluminense como campeão brasileiro. Tudo isso com Fred vestindo nossa camisa.
Depois veio uma separação. Ele passeou pelo futebol mineiro. Ganhou uma Copa do Brasil com o manto azul em 2018. E então voltou. Não conseguiu ficar longe do Fluminense.
Ainda restava a Fred se tornar o maior artilheiro até agora da era dos pontos corridos. Maior artilheiro da Copa do Brasil e um dos maiores artilheiros brasileiros na Libertadores. Todos esses recordes podem ser batidos no futuro. Sem problema. Essa coluna é para agora mesmo.
Fred vai se despedir dos gramados jogando pelo Fluminense. Jogo contra o Ceará no próximo final de semana.
Sobram polêmicas, confusão com ingresso, revolta de torcedores e aquela passividade costumeira da direção do Flu.
Mas quando a bola rolar, estes torcedores que sofreram para conseguir seu ingresso terão a oportunidade única de ver do estádio a despedida, sim, de um dos jogadores responsáveis por relembrar ao mundo que o Fluminense é gigante. Queria poder estar com vocês, mas não posso. Desejo sorte a todos os que conseguirem estar ali.
Quando Fred encerrar sua jornada, ficará nas mãos (ou pés) de outros jogadores a responsabilidade de manter a mesma lembrança: avisar o mundo que o Fluminense ainda é gigante.
Quem sabe se o futebol não quer reservar para Cano, herdeiro da camisa 9, a alegria de levantar uma taça? Pode ser Copa do Brasil ou do Brasileirão. A gente nem é tão exigente.
Só posso dizer: obrigado Fred, obrigado Fluminense. Vai deixar saudade, apesar de tudo.