Daqui a pouco o Fluminense vai jogar contra o Juventude. Não deve ser moleza, mas uma coisa é possível garantir: se Edinho ainda fosse o camisa 5 ou 2 do Fluminense, as dificuldades seriam bem menores.
Foi o maior zagueiro que vi jogar pelo Fluminense. Minha opinião é idêntica a de ninguém menos do que Seu Pinheiro, campeão mundial pelo Flu e referência eterna de beque. E se Seu Pinheiro disse, contestação não há.
Apesar de ter sido um super craque presente em grandes títulos do Tricolor, a grande lembrança de Edinho vem das temporadas de barra pesada, quando o Flu não ia bem, porque era nelas que o zagueiro levava o time nas costas, ganhando jogos e brigando de igual para igual em cada centímetro do gramado.
Aos 20 anos, era uma fera da Máquina. Aos 21, já tinha chamado Félix, Rivellino, Doval, Paulo Cezar Caju e Carlos Alberto Torres de “você”. Aos 23, liderava um Flu em frangalhos e já tinha uma Copa do Mundo nas costas. Aos 25, decidiu o título carioca para o Tricolor.
O que difere Edinho de todos os grandes craques da história do Fluminense é ter tido a garra e o talento na mesma medida. O mesmo zagueiro que combatia, driblava e criava era o que cabeceava o travessão se preciso fosse. Nas Laranjeiras, treinava o tempo todo até escurecer, quando então cobrava dezenas de faltar só pra manter a forma.
Em 1981, o Flamengo tinha o maior time de sua história e vencia o Fluminense por 2 a 0 num jogaço. O Flu teve um gol anulado e um pênalti perdido por Zezé. Quando tudo parecia perdido, Edinho – craque da partida – fez um golaço de cabeça, uma bomba que parecia um chute de tão forte. No fim, o Rubro-Negro fez o terceiro gol, com Tita, mas nem a vitória rival abafou a atuação de Edinho, que lutou até o fim pelo Tricolor.
Os garotos tricolores de 1980 são agradecidos para sempre.