Notícias dão conta de que, mais uma vez, um formador de opinião tricolor é processado pelo presidente do Fluminense. No caso em questão, Marcelo Jorand. Reflexos de um clube onde a tentativa de calar contrários no cenário político do clube é muito mais importante do que defender a instituição dos ataques jornalísticos, regularmente produzidos em rádio, TV e jornal, por exemplo.
O que chama atenção desta vez, além do ato em si, é o provável envolvimento jurídico de integrantes da gestão e de executivos do clube no andamento do processo, como se a defesa ou reivindicação jurídica do presidente fosse a do Fluminense em si. A se confirmarem os fatos narrados em um site de clipping, trata-se de notável e inaceitável equívoco que deve ser combatido pelos sócios. O presidente do clube não é O Fluminense e vice-versa.
É justo que qualquer pessoa que se sinta juridicamente atingida busque a Justiça para a eventual reparação, mas o que tem acontecido nos últimos anos não tem precedentes na história do clube: soa como mera perseguição e constrangimentos a críticos, que anda na mesma calçada que a simpatia concedida a jornalistas generosos, capazes de ver o mundo de Pollyanna nas Laranjeiras e, quem sabe, suavizar os temas espinhosos. Certamente a instituição Fluminense tem problemas mais sérios a resolver, como a enorme dívida financeira mascarada com verborragia barata, a falta de receitas novas, a rifa de jovens jogadores a troco de mariola, a transparência no processo e, especialmente, as promessas não cumpridas, caso da reforma do estádio e da implementação do voto on line – sendo este um verdadeiro soco na cara do sócio torcedor que tem apoiado o clube inclusive durante a pandemia.
Contudo, a ânsia de judicialização nem sempre prevaleceu para o atual presidente, ao menos enquanto não ocupava a cadeira número 1 do clube. É publicamente sabido que, anos atrás, sofreu gravíssimas acusações de Elias Duba, presidente do Madureira, em jornal e TV. Não houve a contenda judicial. Pode ser que o caso de Duba tenha sido sorte – e, antes que algum incauto se manifeste, favor não confundir com Live Sorte, porque num segundo pode acontecer uma explosão e Bloom! – a dialética pode ir pelos ares.
Este PANORAMA TRICOLOR mantém sua firme posição democrática. Não é preciso ter relações próximas com sites, blogs e influencers tricolores para não lhes reconhecer como importantes vetores de valorização do Fluminense – e pouco importa se possuem milhares de seguidores ou são mais modestos. Quando um site de clipping foi proibido de entrar no clube em 2016, foi o PANORAMA a primeira voz a defender seu direito de acesso, pouco importando se seu proprietário é persona non grata nesta casa. O princípio da democracia é inalienável e também vale para todos os perseguidos por não se alinharem ao desastre que é a gestão atual, e este é o verdadeiro motivo da ação judicial contra Marcelo Jorand.