A Conmebol é racista? Creio que não.
A Conmebol é comandada por racistas? Não posso afirmar que sim, mas a partir do momento em que os responsáveis por comandar a instituição não tomam atitudes, por mínimas que sejam, para coibir atos racistas dentro do campo e nas arquibancadas, o mínimo que posso afirmar é que eles são omissos.
E foram cinco casos de racismo na Libertadores em apenas 15 dias. Palmeiras, Flamengo, Bragantino, Corínthians e Fortaleza foram os clubes brasileiros cujo torcedores foram vítimas de injúria racial.
O que foi feito de efetivo? Absolutamente nada.
Eu defendo há algum tempo que os clubes brasileiros se unam e abandonem as competições organizadas pela Conmebol, até que um plano de combate ao racismo seja colocado em prática. Porém, isso é a mera utopia na cabeça de um cronista solitário. Talvez haja alguns que pensem igual a mim, mas são a enorme minoria. Os clubes pelo visto não irão além de uma nota de repúdio.
E o torcedor? Tem o direito de protestar. Como fizeram as torcidas do Fortaleza e do Fluminense nesta semana.
A torcida do Fortaleza confeccionou um mosaico com os dizeres “Stop Racism”, enquanto tricolores estenderam uma faixa exibindo a frase “Conmebol Racista”. Evidentemente, apoio todas as manifestações pacíficas contra o racismo e a homofobia no futebol, assim como concordo com o direito de expressão.
Minha única ressalva é em relação ao texto da faixa escolhido pela torcida do Fluzão.
É preciso tomar cuidado.
A Conmebol pode ser omissa nas questões que importam, porém, dificilmente será omissa em relação a ataques contra a instituição.
Não creio que a faixa possa causar uma punição ao Fluminense. Nem mesmo uma multa. Mas que as próximas manifestações sejam mais cuidadosas, sob risco de haver uma punição ao Tricolor.
Que se façam faixas, mosaicos, cantos, de protesto contra o racismo e a homofobia. Mas que não deem motivo para que a Conmebol faça do Fluminense persona non grata em relação à Confederação Sul-americana.
Que o ser humano tome tenência e deixe de se comportar como irracional, seja na arquibancada ou em qualquer outro lugar.