Fluminense 2 x 1 Junior Barranquilla (por Marcelo Savioli)

O que teve da mão de Diniz?

Amigos, amigas, conseguimos na noite de ontem derrotar um adversário para lá de invocado, o mesmo que nos deu um baile na Colômbia e, ano passado, em plena Libertadores, nos deu outro baile no Maracanã.

No jogo de hoje, na estreia de Fernando Diniz no comando técnico, a expectativa era praticamente nenhuma. Afinal, o que fazer com dois dias de treino?

Pois o Fluminense faz 1 a 0 com quatro minutos de jogo, mas exclusivamente em decorrência da genialidade de Paulo Henrique Ganso, que resolveu um problema indigesto em pouco espaço e com decisões rápidas. Ganso, até então, era o autor dos três últimos gols do Fluminense, o que desmistifica sua falta de vocação ofensiva.

Isso, no entanto, não é o mais importante. O jogo foi equilibrado na maior parte do primeiro tempo, enquanto o Fluminense alternou a marcação pressão com o recuo das linhas para buscar os contragolpes. O problema era que nosso ataque não funcionava nos contragolpes, sempre tomando decisões erradas, o que trouxe o bom adversário cada vez mais para o nosso campo.

Terminamos o primeiro tempo levando sufoco e assim começamos o segundo, até chegarmos ao ponto de levar o gol de empate, no momento em que éramos já presas fáceis em campo.

Diniz faz duas substituições que, se fosse Abel, seria crucificado. Tira William, que ainda não rendeu nada que justifique tanto prestígio junto às comissões técnicas, e coloca Nathan. Tira Cris Silva e coloca Fred.

Não me perguntem quem foi fazer a lateral-esquerda, posteriormente ocupada por Marlon, que entrou no lugar de Luís Henrique, mas o fato é que o Fluminense melhorou e reequilibrou o jogo. Pasmem, jogando com Ganso e Nathan no meio. Pasmem, tendo três atacantes e quatro meias. Mas eu atribuo à mudança de rendimento a boa entrada de Nathan, que deu mais intensidade e verticalidade ao time.

O Fluminense foi tomando conta do jogo e rapidamente chegou ao segundo gol, em jogada que teve Ganso, Fred e a assistência simples e fatal para a finalização de Luís Henrique, que se infiltrava pelo lado esquerdo do nosso ataque. Algo praticamente inimaginável nos últimos tempos.

Aliás, o 4-3-3 de Diniz nada tinha a ver com o que praticáramos recentemente. Nada de jogadores posicionados cada um em uma extrema. Luís Henrique, aliás, pouco apareceu na ponta direita. Vinha fazer o que melhor sabe fazer, que é buscar jogo na intermediária e ligar o ataque. William também tentou, mas foi pouco feliz. Se temos um atacante hábil e veloz no lugar de William, como JK, ficaríamos indigestos, porque JK também volta para construir jogo.

A dinâmica do Fluminense de Diniz é outra, embora esteja longe de ter sido implantada, mas devemos celebrar um jogo bem diferente contra o mesmo adversário que nos trucidou na Colômbia. Tem muito trabalho a ser feito, mas o começo foi capaz de nos fazer ter esperanças.

Apesar do resultado, a Copa Sul-Americana continua muito difícil. Devemos nos concentrar em ficar no bolo no Brasileiro e ganhar a vaga do Vila Nova na Copa do Brasil. É um passo após o outro. Mesmo sem treino, melhoramos muito em termos de dinâmica de jogo, mesmo que isso não seja visível para muitos. O que mostra que é possível evoluir mesmo jogando a cada três ou quatro dias. É uma questão de metodologia de trabalho. Logo será uma questão de escolher prioridades.

Diniz está de parabéns pela estreia, porque foi possível ver sua mão no jogo, e isso já é muito em quatro dias. Toda sorte do mundo aquele que, no meu entendimento, é o melhor treinador do Brasil, e, graças aos Deuses do Futebol, que são sábios, embora cheios de vontade, está no Prêmio Nobel do Esporte.

Saudações Tricolores!