O QUE O FLUMINENSE AINDA ESPERA DO ABEL?

Amigos, amigas, tem um aspecto curioso da trajetória recente do Fluminense. É que nos últimos cinco ou seis jogos não repetimos uma única escalação e um único esquema tático.

Depois de muitas peripécias, Abel voltou ao 3-5-2, ou 3-1-4-2, da final do Estadual. Até que não era, de todo, uma má ideia de jogo. Tanto é assim, que depois de um começo ruim, o Fluminense conseguiu aproximar seu meio de campo e utilizar bem os alas, Marlon e Calegari.

Nada que nos proporcionasse grandes oportunidades de gol, mas, nos 25 minutos finais do primeiro tempo, tivemos o controle do jogo. O time até que conseguia sugerir um bom resultado diante do limitado time do Inter.

Embora eu prefira o 4-4-2, o esquema no 3-1-4-2 fazia algum sentido, e todo mundo sabe que é um esquema que eu gosto muito, pelo menos todo mundo que se dá ao trabalho de ler essa coluna. Com três zagueiros, Calegari e Marlon tinham liberdade para atuar ofensivamente, com cobertura, ao mesmo tempo em que tínhamos três meias por dentro e opções no ataque.

O senão é a opção por Willian, e não por Jhon Arias, mas até achei interessantes um esquema que favorecesse as características de Willian.

O problema é que o Fluminense, a cada jogo, tem que se encontrar dentro de campo, porque a cada jogo é um esquema diferente. Conseguimos nos encontrar ao longo do primeiro tempo, mas, quando parecia que rumaríamos para a vitória, saiu o gol do Inter, numa jogada incômoda, em que o meio de campo colorado teve todo espaço do mundo para organizar a jogada do gol de Alemão.

Abel tirou Willian e um zagueiro para colocar Luiz Henrique e Jhon Arias, ao mesmo tempo fortalecendo o meio e sugerindo mais agressividade no ataque. O problema é que o time, mesmo assim, não se encontrou. Fosse porque Luiz Henrique nada somasse, fosse porque, com tantas modificações, o time não se encontrasse.

Então, Abel exibiu mais uma de suas proezas. Mexeu no time de uma forma que nos deixou sem meio de campo, lançando bolas aleatórias em direção ao ataque. O Inter esteve, a partir de então, muito mais próximo do segundo gol do que nós do gol de empate.

Com Abel não há certezas, porque não há um objeto suscetível de ser estudado. O Fluminense é uma bagunça, não tem qualquer sentido. Não se iludam, porque não há nada que esperar do trabalho do nosso querido treinador. Querido, sim, por tudo que já fez por nossas cores, mas sem qualquer condição de ser o comandante técnico de um clube que se leve a sério.

Amigas, amigos, eu já vi até trabalhos piores, mas nunca vi um tão capaz de não fazer sentido nenhum. Se existe alguma mente profissionalmente capaz, Abel não pode comandar nem o próximo jogo. Quem vem para o seu lugar? Não tenho a menor ideia, até porque escolha de treinador só faz sentido se soubermos quais são os propósitos e as diretrizes do futebol do clube, e esses nós sabemos que não são os nossos.

O que eu não tenho a menor dúvida é de que o que está sendo feito não pode nos levar a lugar algum. Algum, amigas, amigos, e não adianta se iludir. É bom preparar o refresco de maracujá para terça-feira, porque o estresse é garantido. Aliás, é melhor já fazer estoque para o resto do ano.

Pobre Fluminense em mãos tão incapazes e tão sem propósitos!

Saudações Tricolores!