Fluminense 3 x 0 Chapecoense (por Edgard FC)

Quis o destino que o Fluminense não conseguisse conquistar sua vaga à fase de grupos da Libertadores, diretamente. E não merecia mesmo. Menos pelo time, pelo clube e sua torcida, muito pelo planejamento (ou ausência dele), montagem de elenco, escolha de treinador e insistência em erros certos.

Destaque principal à Torcida, que praticamente esgotou os ingressos e por um triz não fez o melhor público do ano, superando nosso rival da Lagoa. Mostrando que o Fluminense segue gigante, apesar dos desmandos que repetidas gestões vem fazendo com nosso clube e com nossa Torcida, o maior patrimônio.

Vamos ao jogo: o Fluminense foi escalado de uma forma melhor do que vinha, por muitos aspectos, por suspensão de jogadores como Wellington e Fred, e por algum receio de que Caio Paulista pudesse ser vaiado ou sentisse o drama que é estar em um estádio lotado. Desse modo, tivemos Marcos Felipe, Samuel Xavier, David Braz, Luccas Claro e Marlon, André, Martinelli e Cazares, Arias, Luiz Henrique e Raúl Bobadilla. Dentro do que temos, faz sentido, embora um ou outro pudesse mudar um jogador aqui ou outro acolá.

Dentro de campo, nervoso, o Fluminense embora mais bem escalado, não conseguia propor o jogo de forma eficiente, e chegou em cruzamentos na área buscando Raúl. Em um deles, encontrou Arias, que cabeceou no travessão. Em outra oportunidade, após cruzamento e bate-rebate, a bola pairou, e dos pés de Arias saiu outra finalização, dessa vez com o pé direito e tocou na trave. E foi esse o resumo do primeiro tempo.

Já na segunda etapa, ante a inoperante e incapaz Chapecoense, o Fluminense apertou mais o cerco e oprimiu ainda mais a equipe de Santa Catarina dentro de sua casca. Através de um escanteio bem cobrado, a bola viaja e sobra para a finalização na pequena área de David Braz, o capitão da noite, coroando seu bom momento com o Manto Tricolor.

Bem mais leve, o Fluminense pôde controlar ainda mais a partida, mesmo tendo seu meio de campo pouco criativo, com Cazares meio desinteressado, o Fluminense chega a seu segundo gol, dos pés do Luiz Henrique, como em uma tacada de sinuca, o chute desliza pelo pano verde e no cantinho, como em uma caçapa de canto, fugindo a alçada do goleiro, beija a trave esquerda antes de desatinar do lado direito, quase encontrando a trave também e festejando a arquibancada lotada e feliz do nosso Tricolor.

Já com a vitória encaminhada e inabalável, após alterações e, enfim, a entrada de Wallace em campo, eis que o jogador tão pedido pela torcida faz uma arrancada exuberante e toca para Abel Hernández fechar o placar, fazendo 3 a 0 para o Fluminense, levando a catarse das bancadas, que comandaram a festa, sendo o principal destaque do Fluminense no ano.

Por fim, um nome que pouco ouvimos nas narrações e pouco precisou trabalhar, foi o grande Marcos Felipe, responsável por evitar algumas goleadas este ano, e que nos ajudou a conquistar muitas vitórias, fechando o gol literalmente, a despeito de quem só consegue repetir como uma vitrola arranhada: ‘ele não pega pênalti’.

O que também mostrou o quanto a Chapecoense é fraca e incapaz, sequer incomodou nossa defesa.

Após terminada a partida no Maracanã, olhos e ouvidos se viraram ao interior paulista, a terra da linguiça, Bragança Paulista, onde o Bragantino, quase que como um castigo, fez seu gol sobre o Internacional, conquistando assim o sexto lugar na competição e indo à fase de grupos da Libertadores e deixando o Fluminense em seu bucólico sétimo lugar, tendo de disputar a fase prévia da principal competição continental, da nossa querida e sofrida América do Sul.

O que precisa agora é o céu encontrar a terra no Fluminense, planejamento sério e focado em rendimento e desempenho guiando as escolhas do Departamento de Futebol, que seja profissionalizado de verdade e que almeje o topo, pois embora não tenhamos a principal arrecadação financeira do país, somos um dos que mais têm lastro para sobrepor aos adversários. Conectados, gestão, base, inteligência e paixão, sobretudo da nossa torcida, não merecemos nenhuma posição a menos que a busca incessante pelo primeiro lugar, do escanteado Campeonato Carioca à Glória Eterna da Libertadores da América.

Vamos Fluminense, mas com futebol e planejamento ser o que sempre fomos: o pioneiro do Futebol no Brasil.