E termina a temporada tricolor, mas comemorar o quê? (por Edgard FC)

Enfim, o Brasileirão e a temporada 2021 vão chegando ao seu término, contra tudo e contra todos, como diriam alguns por aí, e outros daqui, dirão o seguinte: já passou da hora dessa temporada acabar.

Mas como nada é perfeito, ainda temos a Chapecoense na quinta-feira, no Maracanã diante do maior público do Fluminense desde as quartas-de-finais da Sul-americana contra o Corinthians em 2019.

Vários projetos são evidenciados e contaminam tudo que poderia ser feito de forma séria. A coisa é vil, por debaixo dos panos, com entrevistas tergiversáveis e estarrecedoras, como a de Marcão nos enfadonhos pós-jogos que não dizem coisa com coisa, ou a de Fred no intervalo do jogo vexatório contra o Bahia, no domingo.

Wellington de repente vira titular e escanteia André, que é tido por quem analisa futebol como uma das grandes revelações da competição. A ideia seria o Wellington participar da fase final do campeonato quando a equipe conquistaria a suada vaga à Libertadores? E quanto a deslocar ou colocar André na reserva? Seria para que ninguém sentisse sua falta para abrir caminho ao aposentado Felipe Melo? Mais um do sócio benemérito do Venerável, Eduardo Uram. E virão mais: pelo menos David Duarte já estaria acertado.

Por que seguir contando com jogadores que não devem permanecer no time em 2022 e não teriam compromisso real com os objetivos da equipe? Ou não sabemos os reais objetivos ou tudo fica difícil de explicar.

E não mais que de repente, um blogue que adula o Venerável da cabeça aos pés constrói, com ajuda de um jornalista que adora dar barrigadas e espalhar cavadas de amigos empresários, que algum clube dos Emirados Árabes teria interesse de repatriar seu filho mais querido, Lucca. Pra que? Para causar alívio ao combalido coração Tricolor? Então por que, mais uma vez, ele entrou em campo num jogo que poderíamos contar com jovens que terão de ficar e carregar os sacos de cimento nas costas?

Qual é verdadeiramente o plano do Venerável quando diz que vai esticar o contrato com o ex-jogador Fred e ameaça contratar Cristiano, um lateral esquerdo de um clube da Moldova, cujo nome é Sheriff da cidade de Tiraspol, que por aqui só jogou em clubes pequeninos de divisões inferiores, sem nunca ter sido lembrado, a não ser pelo auri-negro ter jogado a fase de grupo da Champions League nessa temporada? Seria para fortalecer o plano Fluham, cantado em verso e prosa pela Flusócio e amigos do peito das plumagens do pavão?

No que estão transformando nosso Fluminense, que sempre nos alimentou de esperança por buscar títulos que pareciam impossíveis e que foi capaz de combinar 2009 e 2010, como se fosse uma só campanha em busca do tricampeonato brasileiro ao final do ciclo?

Será que faz sentido fazer festa – já programada – ao apito final da partida que será disputada nesta quinta-feira para mais de 40 mil torcedores in loco, contra o a pior equipe da era dos pontos corridos, a Chapecoense, que só conseguiu até aqui uma única vitória na competição? Comemorar o quê?

Mas talvez seja mesmo o tamanho atual do que querem para o Fluminense, ser figurante em todas as competições, brigar contra ninguém para contratar ex-jogadores que não teriam espaço nem na Tombense e fazer uma catarse coletiva pela vaga à Libertadores, que mais virou um prêmio de consolação a quem consegue fugir do rebaixamento no esdrúxulo campeonato brasileiro, onde os clubes se esforçam para não ter a posse de bola e quando a têm, não fazem a menor ideia do que fazer com ela.

O carnaval de idiotas está marcado para o estádio do Maracanã, quinta-feira, às nove e meia da noite. Um triste fim de temporada a quem jamais almejou disputar as quatro competições que apenas figurou. Qual sentido em estar lá se não para vaiar e xingar muito os responsáveis por mais essa tragédia anunciada? Mesmo que vença e se classifique diretamente à fase de grupos da Libertadores, não há nada para se comemorar. Comemorar o quê?

Parafraseando Cazuza, “eu não tenho data pra comemorar, às vezes os meus dias são de par em par”. Nos chamam de não Tricolores, que temos de dar dinheiro para reclamar, que devemos apenas apoiar até o fim, que não assinamos cheque e que nunca demos dois treinos, transformam o clube inteiro num puteiro pois assim se ganha mais dinheiro. O teu vestiário está cheio de ratos, as entrevistas só escondem os fatos.

Querem uma plateia de bajuladores.

Torcer pelo Fluminense sempre, mas coadunar com tanta sacanagem e deixar de ter amor próprio, jamais.

4 Comments

  1. A lógica de contratação do Fluminense é justamente trazer jogadores para onde há algum jovem promissor, com possibilidade de negociação, e nunca, mas nunca mesmo, com finalidade de melhorar o time. Se assim fosse traria para as posições carentes. O que eles mais contratam? Zagueiro (onde temos o Nino) volantes (Andre e Martineli) e atacantes (JK e Luiz Henrique). São venais.

    Att
    Luiz Antonio Mattos

  2. A CORRER A CARRUAGEM DO GRAVATINHA É O INTER DERROTAR O BRAGANTINO E O FLUMINENSE DERROTAR A LANTERNA CHAPECOENSE NO MARACA E CLASSIFICAR – SE A MAIS UMA LIBERTADORES E NADA HAVERÁ A COMEMORAR A MENOS AOS ATUAIS GESTORES QUE ESFREGAM AS MÃOS NA PERSPECTIVA DE UMA QUANTIA QUE SÓ TENDE A AUMENTAR AO AVANÇAR – SE DE FASE NA COMPETIÇÃO MAIS IMPORTANTE DO CONTINENTE. PROTAGONISMO COM ESSE MODELO É IMPOSSIVEL E DESENHA – SE MAIS UMA FIGURAÇÃO EM COADJUVAÇÃO ATÉ QUE O PEDRO ANTÔNIO SUBSTITUA O MÁRIO BITTENCOURT E A ESTRUTURA ATUAL DO CLUBE SOFRA UMA REFORMULAÇÃO PROFUNDA EM SUAS SAPATAS OBSOLETAS E…

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