Torcedores se manifestaram na porta do Fluminense nesta terça.

É emblemático que estejamos em 02 de novembro, Dia de Finados.

Há um misto de perplexidade, resignação e comodismo que atualmente cerca o Flu, mas o pior é a tentativa de destruição da história, com alguns querendo fazer crer que seja normal o Tricolor renunciar ao protagonismo em nome da mera figuração.

Não é normal. Na verdade, trata-se de uma barbaridade.

No entanto, nem todos os tricolores aceitam essa humilhação. Por isso, a pacífica manifestação de hoje é bem-vinda.

O presidente do Fluminense, ainda que tardiamente, precisa entender que seus opositores não lhe oferecem ódio, mas simplesmente são contra tudo o que aí está: um modelo de apequenamento, que vai de encontro à conquista de títulos, formação de ídolos e reabilitação financeira do clube. E o regime do Fluminense é presidencialista; logo, tem um responsável direto.

Quanto ao voto on line, foi uma promessa de campanha assinada pelo então candidato. O que se pede é apenas que honre o compromisso assumido publicamente.

Parte da torcida já não aguenta mais um discurso delirante, que apresenta um mundo irreal onde o Fluminense é um caso de sucesso com nove anos sem títulos importantes, cinco lutas contra o rebaixamento, um único ídolo há uma década e prestes a (tardiamente) encerrar a carreira.

Nelson Rodrigues, gênio maior, escreveu que o Fluminense tinha a vocação da eternidade. Para que isso se confirme, o primeiro passo é acabar com a farsa autoproclamada boa gestão.

O lugar do Fluminense é o dos protagonistas, não o dos figurantes travestidos de bem-sucedidos.