Amigos, amigas, eu vou tentar ser breve. Não vejo nenhuma razão para comemorarmos algo além dos três pontos que obtivemos na Arena da Baixada. Aliás, três pontos que devem ser muito comemorados, já que nos ajudam a dar um salto para longe da zona de rebaixamento e nos aproximam de uma pontuação que nos dê segurança com relação ao Z-4.
É, infelizmente, o que temos para um momento em que nosso elenco parece truncado, com pobreza de soluções, principalmente para a parte ofensiva. Qualquer um apostaria que o campeonato do Fluminense seria brigando por uma vaga no G-4 ou no G-6. Isso não está descartado, mas nossas últimas exibições, pelo menos elas, só nos credenciam a terminar a temporada sem vivenciar o pesadelo da luta contra o rebaixamento.
Marcão fez mudanças importantes e deve ser parabenizado por tê-las feito, embora a minha percepção seja de que elas chegaram com um atraso de três ou quatro rodadas, principalmente pelo fato de, em determinado momento, termos tido dez dias livres para treinar. Talvez tivéssemos hoje melhores resultados recentes e melhores respostas. A de ontem, infelizmente, não foi muito agradável.
John Árias, em seus primeiros movimentos, sugeriu que seria a solução para aquela posição que era do Nenê, mas quase sempre só no papel, já que o nosso “vovô on” tinha a barra de direção empenada, fazendo com que ele sempre caísse para o lado esquerdo. Pois Árias, com o tempo, mostrou que tem o mesmo problema e o Fluminense só começou a evoluir quando Yago e André começaram a avançar por dentro, contando com apoio até dos zagueiros na armação. Tanto que nosso primeiro chute ao gol, aos 29 minutos, foi de André, da entrada da área. No lance do gol da vitória, foi David Braz quem descobriu Samuel em boa condição pela direita.
Pode ser que eu esteja errado, mas esse colombiano não vai resolver nada atuando por dentro. E como Caio Paulista voltou à versão CP-18, que deve ser muito ruim, talvez fosse a hora de Árias ter uma chance atuando pelo lado, até porque é um jogador que também tem característica de criação de jogada, enquanto Caio Paulista tem tido como única característica correr desatinadamente com a bola e matar todas as nossas jogadas de contra-ataque.
Se não tivermos alguém capaz de ocupar aquele centro da linha média ofensiva, é melhor voltar aos três volantes, mas com Martinelli atuando ao lado de André e Yago. A não ser que Marcão tenha uma carta na manga. Aliás, falando em carta na manga, se o Fluminense exerceu o direito de compra do Gustavo Ápis, por que não faz uma tentativa com ele nessa posição? Por que não testar o Wallace, que também é meia?
***
Vou tentar explicar por que eu tenho insistido tanto em que o Fluminense precisa sair da mesmice, que Marcão precisa ter ousadia e experimentar.
É que o Fluminense está jogando um campeonato completamente diferente do de 2020. Em 2020, nós jogamos um campeonato restrito com os quatro times que terminaram na nossa frente. Desses quatro, dois subiram de patamar e estão disputando o título praticamente sozinhos. O Inter joga o campeonato pelas vagas na fase de grupos da Libertadores. Só o São Paulo desencaminhou.
Em compensação, vieram disputar esse mesmo campeonato: Corinthians, Fortaleza, Bragantino e Palmeiras. Isso significa que o Fluminense precisará fazer mais do que no ano passado para conseguir a vaga direto na fase de grupos. E a verdade, parece algo visível, é que está fazendo menos.
Saudações Tricolores!