Um CDel meramente figurativo e aprovador (por Márcio Machado)

O título desta coluna deveria ser o nome do que temos atualmente no Fluminense, especialmente após o espetáculo dantesco da aprovação das contas de 2020 com quórum reduzido ao extremo e presenças descomprometidas no on-line.

A pandemia e as reuniões virtuais nesse sentido foram positivas para mostrar a verdade sobre o CDel às pessoas. Muitas tinham o mesmo como algo mais sério e a posição de conselheiro como altamente meritória.

Até é, mas do jeito que ele é composto não tem como dar certo.

A chapa vencedora, tendo o dobro dos votos do adversário, levar todas as vagas elegíveis é um problema. Preencher vagas de beneméritos com suplentes da vencedora, também.

Sem espaço para a oposição, temos uma instância homologatória dos atos da diretoria. Para quem não acha isso ruim, imagine um Presidente da República que você não aprove sem oposição no Congresso. Esse ambiente se torna permissivo e aberto a distorções.

Uma possível solução seria tornar a eleição de conselheiros proporcional. Manteriam-se as chapas fechadas concorrendo, mas a montagem do Conselho seria de acordo com a votação das mesmas. Provavelmente os presidentes teriam sua capacidade de passar basicamente intacta, mas a oposição presente denunciaria e evitaria absurdos.

Já seria um sopro de democracia nesse estatuto, pena que é difícil. ST