Flu e Cerro, hora de decisão (por Edgard FC)

E lá vamos nós, ao infinito e além, como Lightyear sempre imaginou, na animação Toy Story. Tanto lá como cá, em nossa realidade Tricolor, mesmo que ainda pareça um sonho.

Era 2009, reta final de temporada no futebol brasileiro e sul-americano. Enquanto no Brasileirão o Fluminense de Fred, Cuca, Gum, Diguinho e Digão, Mariano e Darío escrevia uma história retumbante de um milagre, que viria a contradizer todos os prognósticos, matemáticos, analistas e até os deuses do futebol, na Copa Sudamericana 2019 enfrentávamos pela primeira vez, em competição oficial, o tradicional Club Cerro Porteño, do Paraguay.

Eivado pelo ano catastrófico até ali no campeonato Brasileiro, onde éramos dados como rebaixados já de antemão, muitos pediam foco total na competição em detrimento da competição continental. Mas não foi isso que Cuca e os jogadores do FLU se dispuseram, queriam muito a competição.

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Os dois jogos da fase semifinal contra o Cerro mostraram bem esse espírito. O Fluminense foi muito superior em Asunción, teve pênalti não marcado, noite majestosa do portero (goleiro) porteño Diego Barreto, que defendeu quase tudo, menos um toque de categoria de Fred aos 31 minutos do segundo tempo deste jogo de ida.

Já na partida de volta, um grande drama à vista: aos 7 minutos de jogo o Cerro faz 1 a 0 e passa a especular o jogo por uma bola ou arrastá-lo até as penalidades, que desempatariam a partida. Mas por Deus, estamos falando do Fluminense, que construía sua alcunha mais recente: Time de Guerreiros. E viria dos pés dele, Gum, que havia levado uma cotovelada criminosa do atacante argentino Roberto Nanni, que fez ‘abrir seu supercílio’, lesão muito comum em outro esporte, o boxe, e esteve perto de ser substituído.

Mas quis o destino e sua incrível vontade de ficar em campo, que fosse ele, Gum, que virou atacante nos minutos finais, a empatar a partida já nos acréscimos, após lançamento na área dos pés de Conca e bate-rebate de dois defensores do Cerro, com um belo corte e finalização no cantinho, indefensável, a garantir ali, a momentânea classificação, selada com um segundo gol instantes depois dos pés do jovem Alan, com direito a driblar o Barreto ainda no meio-de-campo.

Que nossos jogadores se inspirem muito naquela vitória para logo mais, com a liderança no vestiário do capitão Fred, presente em 2009 e agora também. Que o Cerro seja apenas uma parada no caminho à conquista da Libertadores da América, troféu que ainda não encontrou seu destino mais aguardado: a sala de troféus do Club Mais Amado do Brasil, vigiado ao longe pelo Cristo dos Braços abertos, sempre a observar e a abençoar o gramado sagrado das Laranjeiras.

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