Com os dois gols no último jogo, Fred ultrapassou Orlando Pingo de Ouro e se tornou o segundo maior artilheiro da história do Fluminense. Esses números credenciam o camisa 9 como a referência de uma geração e um dos maiores da história do Clube.
Tenho 16 anos e comecei a acompanhar o Fluminense, indo ao estádio e aprendendo sobre futebol, em 2009. Minhas primeiras lembranças como tricolor são, também, os primeiros momentos da relação do Clube com Fred. Lembro do domingo ensolarado contra o Palmeiras, com mosaico, gol dele e a vitória improvável. Momento de superação e da criação do time de guerreiros, que brilharia tanto nos anos seguintes.
Após o primeiro título Brasileiro em 2010 ofuscado por Conca e pelas lesões, Fred teve atuações inesquecíveis no ano seguinte. A classificação heroica que liderou na Argentina com dois gols, os quatro contra o Grêmio em partida espetacular no Engenhão, atuações épicas de um jogador que já se mostrava épico.
O que falar de 2012? Campeonato Carioca vencido com muita autoridade, gol de bicicleta e baile em cima da sua presa favorita. No campeonato Brasileiro, Fred foi o craque, o artilheiro e o capitão. Impossível não citar o grande gol deste ano, maior até do que o do título: No centenário do Fla-Flu, Frederico acertou o voleio dos voleios, a bola com nojo de Deco, o posicionamento de matador, o movimento que virou capa de livro, a explosão da torcida com a bola indefensável estufando a rede. Um gol perfeito que eternizou seu nome na história do clássico.
Em 2013, o matador não se contentou em dar alegrias só para nós. Fred foi artilheiro da Copa das Confederações, com dois golaços na final para derrubar a temida Espanha. Vi com meus próprios olhos, num Maracanã explodindo, torcedores de todas as camisas cantando a plenos pulmões “O Fred vai te pegar”. No ano seguinte, talvez a maior decepção de sua carreira. Em um time em que a bola não chegava, foi injustamente tratado como vilão pela imprensa na Copa. Superando todas as críticas, voltou e foi artilheiro do campeonato Brasileiro, sendo abraçado por toda a massa tricolor. Nas suas duas últimas temporadas pelo Flu, a atuação mais lembrada certamente é a contra o Palmeiras em 2015, quando jogou até o final mesmo machucado, numa prova gigante de seu amor pela camisa que vestia.
Sua saída foi doída. Anos de espera, mas no fundo a certeza de que esta história ainda não estava completa. Quando sua volta foi finalmente anunciada, muitas dúvidas na cabeça de todos. Será que ele ainda seria o mesmo? Será que vale a pena? E as respostas estão aí, nos recordes e na liderança que ele nos trouxe. Valeu muito e está valendo a pena. Agora é aproveitar cada segundo de um jogador muito acima da média, até hoje uma referência dentro e fora de campo. Muitos dizem que viram Waldo, Casal 20 e Super Ézio. Eu sempre direi que vi meu grande ídolo: Frederico Chaves Guedes.
HISTÓRIA DO FUTEBOL MUITO BEM NARRADA, EXCELENTE LEITURA. PARABÉNS AO JOVEM COMENTARISTA HEITOR TEIXEIRA
Parabéns…lindo texto.As pessoas inteligentes são tricolores.
Parabéns, Heitor! Se “Os muleques de Xerém” são o futuro do Fluminense nos gramados, os “muleques” do Panorama são o futuro da Literatura Tricolor.
Belo texto!
Olá Heitor! Adorei seu texto.
Muito gostoso de ler. Adjetivos e detalhes usados no tom certo que pouco a pouco cativam o leitor querendo saber mais.
Me fez lembrar do querido Armando Nogueira, um grande amigo, um poeto do futebol e referência no jornalismo. Ah! Também me fez voltar no tempo, às idas ao Maracanã com meu pai e família. Que saudade!
Obrigada e parabéns.
Paula.
Frederico 9.
Lindo texto.
Heitor, sou sua fã !!! Arrasou !!!