Acordo nessa manhã de quarta, colocando dúvidas que não são só minhas, mas que já estão nos diversos grupos tricolores que participo, tais como: onde passará o jogo hoje da Libertadores? Uns dizem que será em streaming, outros em Facebook, outros em DAZN, FluTV ou no SBT, outros somente em site da Conmebol, quem sabe na Fox! E outros dizem, pasmem, que existirá transmissão pirata!

Como não tenho todos esses canais, com exceção da Fox, pela Sport TV, entro em total desespero com uma possível fissura de “Síndrome de abstinência” do meu vício, que não consigo ficar e ligo para alguns bares que, dizem, têm que fechar às 21 horas, como o próprio restaurante, Dom Hélio, na sede do Fluminense, atendendo às corretas recomendações da Prefeitura sobre questões sanitárias voltadas no combate à covid.

Na mesma linha, pessoas “ideologicamente” diziam que a Globo é da direita, apoiou a ditadura (e apoiou mesmo), “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”. Na outra linha dizem que a Globo é “comunista”, contra o Bolsonaro e que apoia o Lula. Já o pessoal do Lula diz que a Globo ajudou a derrubar a Dilma e prender o Lula.

Críticas ao William Bonner, a Maju Coutinho, como se esses âncoras pudessem ter o poder hipnótico para nós, mais qualificados torcedores tricolores, influenciarem a nossa posição ideológica ou de posturas. Me trazem o risco que eu tenho hoje ou de me expor à uma aglomeração ou assistir à reprise da novela com o “Comendador”.

O cenário recente é sem precedentes! É algo louco pois sequer vejo os anúncios de horários de jogos, que historicamente estavam na TV Globo, lançando uma certa energia mobilizadora para assistir uma partida, e logicamente levando essa nossa participação em campeonatos para o conhecimento de outras torcidas, o que certamente serve não só para mobilizar nossos torcedores, mas para mostrar que pelo menos existimos e criamos.

Sempre insisti que, na questão comercial do Fluminense, dentro da nossa inteligência competitiva, não poderia haver ideologia comercial daqueles que torcem, são sócios ou que administram um clube.

Temos que ser pragmáticos, pois o esvaziamento da Globo na transmissão de diversos campeonatos, como o Carioca, Sul-americana e a Libertadores, faz com que clubes de menor posição de torcida como Fluminense, Vasco e Botafogo, cada vez mais se distanciem de clubes como o Flamengo.

É óbvio que, quando temos em uma rede nacional com a Globo, como tínhamos, o Fluminense na Libertadores e no Campeonato Carioca, conseguíamos aumentar a visibilidade da nossa marca e efetivamente até atrair novos torcedores, pois o sinal dos nossos jogos era exposto proativamente para toda a sociedade e não somente para tricolores adeptos e muito conscientes, como está acontecendo hoje.

Atualmente, para sintonizar um jogo do Fluminense, além de ser um Tricolor fanático(a), se dispor a procurar e fazer pesquisas absurdas de canais, ou exposições a locais de aglomeração, temos que ter um analista de sistema de suporte, não só para conseguir fazer a sintonia, como também saber para garantir que o sinal chegue a tempo.

“A Verdade Pertence ao Tempo e não a Autoridade”, mais uma vez erramos e colocamos a questão do fígado acima da realidade. Se a Globo era ruim por algumas questões, está ficando muito claro que é muito pior sem ela!

Tenho minhas reservas sobre posições ideológicas direcionadas pelas organizações Globo e sempre deixei claro isso, independente do momento que ela se coloque, porém não a mínima dúvida que do ponto de vista de fortalecer o Fluminense e fortalecer a nossa marca, aumentar a nossa arrecadação, foi literalmente um tiro no pé. Não digo nem pela outra razão óbvia de qualidade da Globo em relação a outras TVs abertas na transmissão, narração e tomadas de cena, mas na importância de ser algo no Rio para gerar empregos qualificados e, em muitas vezes, divulgar para o Brasil e o mundo o cotidiano de nosso estado e cidade.

Como diz o meu amigo, e grande escritor tricolor, Paulo Roberto Andel, talvez a nossa maior derrota, não tenha sido a ida para série C ou a perda da final da Libertadores, mas a perda de qualificação e análise crítica de grande parte dos nossos sócios e torcida, que não conseguem ter uma visão claramente empresarial e se emprenham com discursos soltos.

Pois bem: hoje, para assistir ao jogo do Fluminense na Libertadores, que tanto lutamos para nela estar, os fanáticos tricolores, estou agora à procura de um bom analista de sistema, possivelmente meu filho Francisco, para me dar esse suporte.

Que Deus nos proteja e que não comentamos mais esses erros, que sofremos agora em nossa paixão e nosso vício.