A grande atuação do Fluminense na estreia da Libertadores mostrou muitas evoluções, principalmente na parte tática. O time, com um natural nervosismo inicial, conseguiu manter uma estrutura sólida em duas linhas de quatro jogadores compactas e organizadas. Mais do que só marcação, o time mostrou estar preparado para sair em contra-ataques rápidos, como no gol de Fred.
A entrada de Cazares mudou o jogo para o Fluminense, pois trouxe o elo que faltava no esquema tricolor: a criação ofensiva. Nenê é um grande finalizador e ainda vai ser útil em muitos momentos, mas sua especialidade não é ser efetivamente um criador de jogadas. Após a troca, o Equatoriano assumiu a organização do meio de campo e em pouco menos de 45 minutos deixou dois jogadores na cara do gol.
Essa apresentação inicial é animadora, não só pela bela atuação do sistema defensivo contra uma das melhores equipes da América, mas também por mostrar como o nível de opções no banco melhorou de uma temporada para a outra. O melhor exemplo disso deve ser Abel Hernández, que só com uma ajeitada de peito e algumas disputas no alto já mostrou mais que Fellipe Cardoso, primeira opção no banco ano passado. Mesmo com a melhora, esse problema ainda não se resolveu por completo. Lucca ainda entrou e custou uma possível vitória perdendo uma grande chance. Com a chegada de Bobadilla e a volta de John Kennedy, a única opção razoável é a saída do camisa 7 da lista de relacionados em jogos de Libertadores.
Virando a chave e ignorando o Carioquinha, nossos próximos quatro confrontos na Libertadores serão um grande desafio. Nestas partidas a equipe será obrigada a se impor contra adversários de nível mais baixo, coisa que ainda não aconteceu em jogos importantes esse ano. Para isso Roger deverá montar um time com jogadores mais criativos como Cazares, que deve ser titular no lugar de Nenê, tendo liberdade para se movimentar e criar as jogadas mais perigosas.
Uma estreia como essa na quinta, acima de tudo, gera uma casca para todo o grupo. Precisaremos de muita calma e concentração nos próximos jogos, para não cairmos em pilhas dos times colombianos e nem no nervosismo natural da partida. No final um bom resultado e agora como já disse nosso craque Fred, é “entrar dando a vida” nessas próximas quatro finais e não deixar nada para ser resolvido na Argentina.
Excelente análise. Tomara que o Cazares mantenha o ritmo desta atuação. Falam que no Atlético teve seríssimos problemas disciplinares. E no Corinthians também. Torcendo para continuar jogando esta bola