Depois de um longo período, volto a escrever minhas crônicas para o PANORAMA.
Os grandes times brasileiros se reforçam e o Tricolor das Laranjeiras ainda não.
O Grêmio trouxe Rafinha, o Atletico Mineiro trouxe Nacho Fernandez, o Santos contratou o técnico Hollan, o Flamengo tem um elenco muito bom, o São Paulo trouxe Hernan Crespo como técnico e quatro novos reforços: o zagueiro Miranda, o lateral-direito Orejuela, os meio-campistas William e Benítez e o atacante Eder. O Palmeiras, mais cauteloso, tenta manter o elenco.
A gente não contratou ninguém, porque aquele zagueiro do Náutico (Rafael Ribeiro, pelo amor de Deus!) e o lateral Samuel Xavier (ainda não entrou), sabendo nossas precariedades… a diretoria a duas semanas da estreia na Libertadores ainda não fez nada.
Precisamos, pelo menos, de dois bons laterais, um meia armador e um goleador (Fred, no último Brasileiro, fez menos gols que Lucas Claro, que é zagueiro) .
Caio Paulista, Lucca, Ganso, Hudson, Yuri, Frazan realmente teriam que ser emprestados, para enxugar o elenco e dar oportunidade aos garotos.
Outra coisa que aparece é uma crise em saber quem realmente escala o time. Quando a gente olha o Ganso entrar no time, suspeita que esse não pode ser o desejo do treinador. Quem treina o time? É o Mario? É o Fred? Ou Roger está desorientado, ou realmente não manda.
Numa entrevista recente, Roger dissr pensar em mudar um 4/3/3 para um 4/2/1/2. Para mim é igual. O que falta é entrega, organização, jogadores com boa técnica e um time compacto.
Você pode jogar num esquema com três zagueiro, mas na hora de atacar, ataca com cinco jogadores. O toque de bola rápido, a velocidade para criar situações é o que define o jogo, nunca você joga com as posições fixas, o esquema é superficial na realidade.
Não podemos jogar com Nené e Fred como titulares se eles não voltam. Não é o esquema, é a movimentação, hoje são basicamente duas linhas que defendem e uma linha que ataca com muita velocidade. Ter dois na frente, um espaço de 20 metros, outros dois no meio, outro espaço de 20 metros não serve. Se o meio campo gira e passa para trás, não serve. Temos que ter velocidade, toque de primeira e isso é ensaio, isso é treino.
Resumindo: temos problemas de organização, de concepção de jogo e muitos jogadores ao mesmo tempo que têm muitas carências. Nas laterais, por exemplo, não temos um que a gente possa dizer “Este cara é realmente um bom lateral” (para mim, Calegari é primeiro volante).
Na zaga precisamos de suplentes, no segundo homem de ataque temos uns oito jogadores e nenhum deles pode ser titular indiscutível. Como meia armador temos só o Nenê, mas ele joga bem um jogo e em cinco jogos desaparece. Titulares, titulares que realmente rendem os 90 minutos, temos o goleiro Marcos Felipe, a zaga, Calegari, Martinelli e só.
Não consigo ver o time com Egídio de titular, ainda consigo aturar o Yago. Para mim, o Lucca não pode jogar em um time que vai disputar um campeonato internacional contra Boca, River, Grêmio e Flamengo.
Com a quinta posição, conseguida por méritos de Odair e Marcão, ficamos enganados em pensar que resultado é rendimento. São coisas muito diferentes. Temos que valorizar o resultado; agora, quando ele e o rendimento falham, temos escancarada nossa precariedade.
A nossa esperança está nessa garotada. Martinelli, Calegari, Luiz Henrique, Miguel, André, Kayky, John Kennedy e Samuel.
Contra o Macaé é fácil. Quero ver um time competitivo contra alguém de peso. Por ora não vi nada. Temos que mudar muito para poder aspirar a algo nesta temporada porque, além da Libertadores e das outras copas, teremos que ter um time titular e outro reserva.
Avante, Fluminense!