O jogo em si tem muito pouco a ser falado e, se não fossem as duas derrotas tricolores – garfada contra o Resende e justíssima contra a Portuguesa -, seria uma partida de Sub-23.
Se Paulo Henrique Ganso pretende o canto do cisne de sua carreira, tal como disse em badalada entrevista antes do clássico, vai precisar mostrar muito serviço.
De resto, continuo torcendo muito, mas não me esqueço de que a celebradíssima classificação à Libertadores veio na temporada passada, mas às custas de várias atuações sofríveis que se transformaram em vitórias. A pontuação veio, o pragmatismo se consagrou e foi comemorado. Tínhamos deficiências evidentes que a parte de cima da tabela varreu para debaixo do tapete.
Vida que segue.
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O golaço redime, o golaço liberta.
Igor Julião fez um golaço, o mais bonito de sua carreira, com um chutão potente, daqueles de antigamente e decidiu o Fla x Flu.
O golaço é um upper de esquerda. O adversário sente o golpe e não se recupera. Foi o que bastou para contar a história deste Fla x Flu.
Que ninguém se engane: o resultado é eterno. Os mais velhos até hoje comemoram o 3 a 2 de 1969 como o 3 a 2 do Rio-São Paulo esvaziadíssimo de 1993, chegando ao 3 a 2 monumental de 1995.
Dirceu, volante promissor que não vingou, fez um golaço parecido com o de Julião em 1997.
Nildo decidiu um Fla x Flu. Zezé Gomes e Valtair também.
Thiago Neves deitou e rolou no Créu.
Amauri fez o gol no último segundo em 1982, num clássico vazio de apenas 20 mil pessoas – hoje seria lotação. Sequer poderíamos imaginar que Assis faria o mesmo em 1983.
Daqui a dez, vinte ou trinta anos, o que se dirá deste Fla x Flu de domingo é que Igor Julião fez um golaço e decidiu o jogo.
No fim, o Catalano riu. E é só.
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Depois da vitória tricolor, um rubro-negro transtornado resolveu pagar de historiador do clássico para minha amiga Mitya Ghidini. Ao passar vergonha com as bobagens que escreveu, deu no pé. Uma criatura que beira o ridículo.
No WhatsApp, Cler teve faniquitos digitais e só faltou cortar os pulsos de mentira, passando ketchup para simular o sangue. Tudo coisa da infância mal resolvida, quando usava alegremente a camisa tricolor e, por algum problema, resolveu assumir o outro lado da força. Nem o fato de ser bi trouxe calma ao nobre servidor quando o assunto é
Fluminense. Chegou a rogar uma praga para Igor Julião.
Na TV, Paulo Cesar Vasconcelos mostrou precisão cirúrgica ao dizer que o Fluminense é o engasgo do Flamengo, diferente de Vasco e Botafogo que, nos últimos tempos, não têm conseguido atrapalhar os planos da Gávea.
Os três pequenos episódios acima dão uma bem humorada versão Pulp Fiction do clássico – e como ele transtorna especialmente os rubro-negros cheios de si.
O Fluminense é o engasgo do Flamengo.
Igor Julião fez um gol eterno.
Em meio a mais de um ano de sofrimento diário por conta da pandemia, o futebol traz um pouco de bálsamo. Viva o Fla x Flu, viva o Fluminense!
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Agora, vamos ao trabalho. A semana começa e Roger vai precisar arrumar a casa.
Precisamos melhorar muito. A temporada 2020 já acabou.
o Catalano riu de novo 🙂
(obrigado por trazer alguma alegria a um vascaíno)